O mercado internacional da soja segue recuando na Bolsa de Chicago e vem intensificando seu movimento de baixa na sessão desta quarta-feira (6). Assim, os principais vencimentos perdem mais de 30 pontos, ainda motivados pelas condições favoráveis de clima no Meio-Oeste americano e de uma maior aversão ao risco sentida no mercado financeiro internacional.
Por volta das 14h15 (horário de Brasília), as posições mais negociadas perdiam entre 29 e 39 pontos, acompanhando um recuo forte também das demais commodities como milho e trigo também em Chicago ou as soft commodities negociadas na Bolsa de Nova York, lideradas pelo café, que perdia mais de 3% hoje. O petróleo, na contramão, subia quase 1,5% na tarde desta quarta, após a despencada de ontem também em Nova York.
As últimas previsões climáticas seguem indicando boas chuvas para o Meio-Oeste norte-americano e esse tem sido, segundo explicam analistas internacionais, além das boas precipitações que chegaram à região no último final de semana, além de temperaturas que estão abaixo do normal para o período em toda a extensão dos Estados Unidos.
“Não podemos dizer que toda queda já está no preço. Temos, sazonalmente, um período de queda pré colheita, quando a safra americana estiver definida e o mercado começa realmente a vender a safra. E essa sazonalidade sempre acontece, o que difere é o momento. No ano passado, tivemos um pouco antes desse período, depois da segunda quinzena de maio, o mercado só caiu. Neste ano, temos que acompanhar e o que ainda deixa o mercado preocupado, olha o clima para frente, é o mês de agosto, quando os mapas indicam temperaturas acima do normal e chuvas abaixo do normal”, explica o analista de mercado Eduardo Vanin, da Agrinvest Commodities. “E isso é o que ainda pode gerar alguma volatilidade ou até trazer a soja às máximas que vimos na semana passada”, completa.
Ainda segundo Vanin, na sequência dessa turbulência do mercado climático e passada a colheita norte-americana, o mercado volta novamente seus olhos para a demanda. “E sabemos que a demanda nesta temporada 2016/17 é bem grande, uma porque a China está comprando bastante, está surpreendendo – na temporada 2015/16 também, com quatro ou cinco revisões para cima ao longo do ano – e nessa próxima também deve surpreender. Assim, nos números devemos ver uma redução no estoque global”, afirma o analista da Agrinvest. “Mas, o mercado tem momentos e o momento hoje não é o de olhar para a demana, mas olhar para a oferta e o tamanho da produção americana, e se o clima permanecer favorável, o mercado vai cair. E em um segundo momento, olhar para a demanda e aí o mercado pode passar por uma recuperação”, conclui.
Para a analista de mercado Andrea Cordeiro, da Labhoro Corretora, “estamos no olho do furacão do mercado climático” e os preços ainda podem ver novas baixas no curto e médio prazo caso as condições de clima continuem a favorecer o desenvolvimento da nova safra nortea-americana.
Mercado Brasileiro
Enquanto isso, os preços no Brasil ainda sentem a pressão dessa severa baixa registrada em Chicago, a qual neutraliza a alta do dólar frente ao real e os prêmios ainda fortes nos portos nacionais.
Assim, em Paranaguá a soja disponível era negociada a R$ 90,50 por saca e em Rio Grande a R$ 86,50. Já para o mercado futuro, o produto da nova safra vinha sendo negociado a R$ 84,00 no terminal paranaense e a R$ 83,80 no gaúcho. Todas as referências apresentavam algum recuo em relação ao fechamento desta terça-feira (5).
Fonte: Notícias Agrícolas
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