A INTL FCStone afirmou nesta quinta-feira (30/6) em relatório, que o impacto de um provável La Niña sobre as principais culturas agrícolas brasileiras seria “moderado”. O fenômeno consiste na diminuição da temperatura das águas superficiais do Oceano Pacífico e causa mudanças nos padrões climáticos em todo o mundo, provocando mais secas no Brasil.
- Para os grãos (soja e milho), o La Niña tenderia a ter efeitos mais intensos nos períodos de plantio e desenvolvimento das lavouras, com um clima mais seco – destacou o estudo da consultoria.
Para a coordenadora de Inteligência de Mercado da INTL FCStone, Natália Orlovicin, esse fato poderia prejudicar o potencial produtivo do Sul do Brasil, que concentra grande parte da produção durante o verão. Já a analista Ana Luiza Lodi avaliou que partir do início de 2017 os efeitos do La Niña tendem a ser mais leves, com resultados mais difíceis de se prever sobre a safrinha do milho.
Conforme a consultoria, as expectativas para a safra 2016/2017 de trigo se encontram “mistas”. Como as janelas de plantio da Argentina e Rio Grande do Sul se abrem depois do início da semeadura no Paraná, o clima mais seco causado pela La Niña pode afetar diferentemente cada área.
- Em geral, os produtores brasileiros ficam mais animados com as projeções de menor pluviosidade no fim do ano, o que favorece a colheita – informou a INTL FCStone.
Quanto à cana-de-açúcar, a principal região produtora, o Centro-Sul, tende a ser afetada pela redução no volume de chuvas.
- Essa diminuição pode ajudar a moagem nos últimos meses da safra (se começar entre setembro e outubro) ou apenas atrapalhar o desenvolvimento da cana (se o início se der entre dezembro e janeiro) – comentou o analista João Paulo Botelho.
Em relação ao algodão, cultivado principalmente em Mato Grosso e no extremo oeste da Bahia, a INTL FCStone diz que a fibra está localizada em regiões menos suscetíveis ao fenômeno climático.
Fonte: Globo Rural