Um milho queimado e completamente perdido. É o que se vê claramente por diversos distritos de Londrina numa breve passagem pelas lavouras da região. Ainda é difícil prever o que a terrível combinação climática de estiagem em abril e geada em junho trouxe aos produtores da commodity na atual safra, mas a reportagem da FOLHA apurou que a quebra do grão ultrapassa facilmente 50% em algumas áreas da região Norte. Ontem à tarde, o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura (Seab) divulgou um primeiro levantamento de safra após a geada, com quebra de 1% para o milho, com 11,4 milhões de toneladas. Mas vale dizer: apenas 10% da segunda safra foram colhidos até agora, ou seja, o estrago será bem maior.
Não por acaso, pequenos e médios produtores da região já estão acionando o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), que garante a exoneração de obrigações financeiras relativas à operação de crédito rural de custeio caso haja perdas pela ocorrência de fenômenos naturais (o caso da safra atual), pragas ou doenças que atinjam as plantações.
- Nós recomendamos que aqueles produtores que estão prevendo um percentual considerável de perda já acionem a visita do perito, por se tratar de um programa burocrático. Caso o pedido seja indeferido, é preciso entrar com um processo administrativo em até 30 dias para tentar reverter a negativa – explica o economista do Departamento Técnico Econômico (DTE) da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Pedro Loyola.
O coordenador regional do Instituto Emater, Ildefonso José Haas, relata que o nível de perdas na região ainda é “nebuloso”, mas confirma que algumas áreas nos distritos de Guaravera, Paiquerê, Irerê e no município de Tamarana sofreram mais com as geadas de junho.
- Mesmo queimando boa parte das folhas, se a espiga se manteve verde, ainda pode acontecer o enchimento dos grãos. Mas isso vai depender do estágio que a lavoura foi atingida – disse.
Fonte: Folha Web