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SAFRA APERTADA

A oferta mundial de café na safra 2016/17 deve terminar como uma das mais apertadas que se tem registro devido aos baixos resultados do grão robusta, principalmente, que deve ter a produção brasileira mais baixa em sete anos, enquanto o arábica pode ter safra recorde.

O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nas suas primeiras estimativas oficiais para o mercado global de café na temporada 2016/17 estimou que os estoques mundiais devem ter queda pelo segundo ano consecutivo, desta vez de 3,9 milhões de sacas de 60 kg, fechando a temporada com 31,5 milhões de sacas.

Os estoques neste nível seriam os mais baixos desde a safra 2011/12 e – quando comparado com a demanda para calcular a taxa de “estoques em uso” – estão em 20,9%, a segunda menor leitura que se tem registro em 50 anos.

A relação dos “estoques em uso” – para medir a disponibilidade do grão no mercado – dá uma indicação de como os compradores estarão suscetíveis em serem forçados a pagar mais pelo produto para garantir o abastecimento no mercado.

Ferrugem do cafeeiro na Colômbia

A expectativa de uma queda nos estoques mundiais de café vem ao mesmo tempo em que há a perspectiva de que a colheita mundial de grãos arábica seja recorde em 2016/17, visto que deve subir quase 7,8 milhões de sacas, para 94,1 milhões, liderada por um salto na colheita do maior produtor global, o Brasil.

- A produção de arábica no Brasil está prevista para saltar de 7,8 sacas para um recorde 43,9 milhões com rendimentos melhores – disse o USDA.

- O bom florescimento entre setembro e novembro foi seguido pelo clima ideal durante o período de desenvolvimento dos frutos em Minas Gerais e São Paulo, duas importantes regiões, que respondem a cerca de 80% da produção [doméstica] – afirmou.

Em Honduras, quarto maior produtor de arábica no mundo,

- Espera-se que as árvores resistentes à ferrugem, que foram replantadas recentemente, possam impulsionar a produção para um recorde de 6,1 milhões de sacas – um aumento de 400 mil sacas de ano para o outro.

No entanto, uma queda de 300 mil sacas é esperada no segundo maior produtor do grão, a Colômbia,

- Devido às fortes chuvas no final de 2016 – falou.

E uma previsão de duplicação, para 10%, em áreas na região Central do país que estão infestadas por pragas.

As previsões de inundações, mais prováveis caso o padrão climático La Niña seja confirmado,

- Provavelmente vão afetar a mitaca, colheita realizada entre abril e junho no país, disse o USDA. As chuvas podem interromper o processo de floração, bem como as condições propícias à propagação da ferrugem do cafeeiro – disse.

“Seca severa”

A produção mundial de grãos robusta, enquanto isso, vai cair em cerca de 5,4 milhões de sacas para uma baixa de cinco anos, a 61,6 milhões de sacas, com uma produção mais fraca nos cinco principais países produtores: Vietnã, Brasil, Indonésia, Índia e Uganda.

A produção vietnamita deve recuar 2 milhões de sacas, para 27,3 milhões, depois que

- Altas temperaturas entre janeiro e abril prejudicaram o rendimento dos grãos – disse o USDA.

Enquanto isso, no Brasil, a produção robusta é vista em 1,2 milhões de sacas mais baixa, para uma produção de 12,1 milhões de sacas, a menor em sete anos “devido à temperaturas acima da média e a estiagem prolongada no Espírito Santo, onde a grande maioria [do café robusta brasileiro] é cultivado.

- A escassez de água continua a limitar a irrigação, uma prática comum no estado – falou.

A colheita na Indonésia, terceiro maior produtor de robusta no mundo, deve recuar neste ano 1,8 milhões de sacas, para 10 milhões no total, também devido à severa seca em grande parte do arquipélago.

- O tempo seco prejudicou a floração e a maturação dos frutos. As áreas de várzea do Sul de Sumatra e Java foram as mais afetadas, onde aproximadamente 75% da safra de robusta é cultivada – disse.

Implicação com as exportações

O impacto no mercado poderá gerar uma queda de 3 milhões de sacas nas exportações, para 109,9 milhões, liderada por um ‘mergulho’ de 1,9 milhões de sacas, totalizando 6,1 milhões, nos embarques da Indonésia.

- As exportações mundiais não devem atingir o recorde do ano passado, principalmente, devido aos menores envios de Indonésia, Vietnã e Brasil – falou.

As exportações do Brasil vão recuar pelo segundo ano seguido, em 720 mil sacas, para 32 milhões.

A queda vai ajudar estoques brasileiros de café – arábica e robusta – encenando uma pequena recuperação de 265 mil sacas, para 2,53 milhões de sacas, embora permanecendo bem abaixo da alta de quase 12 milhões de sacas alcançada em 2013/14.

Os estoques de café do Vietnã devem ter um declínio particular, para 3,5 milhões de sacas.

- Após dois anos de estoques elevados, os estoques finais globais devem cair 2,2 milhões de sacas – disse o USDA, cujos dados são baseados, principalmente, nas campanhas de comercialização de outubro a setembro, mas com alguns países entre abril e março ou base de julho a junho.

Fonte: Agrimoney



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