As boas práticas ambientais, a sustentabilidade e o aproveitamento de resíduos são tendências que podem se transformar em redução de custos e até em renda para o produtor rural. A partir dessa premissa, a FAEMG realiza, entre hoje e amanhã, em Belo Horizonte, o III Seminário Ambiental, cujo tema será “Resíduos, Fertilização e Bioenergia: boas práticas no meio rural”.
A coordenadora da assessoria ambiental da FAEMG, Ana Paula Mello, explicou que, além de cumprir as boas práticas ambientais para condicionamento e tratamento de resíduos ou de efluentes, essas práticas podem representar uma oportunidade de geração de renda ou de redução de custos para o produtor rural. “A ideia é difundir essa cultura”, destacou.
Segundo Ana Paula Mello, o tema do seminário esta associado ao acordo de Paris, no que se refere às mudanças climáticas e aos objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. “Essas metas fazem parte da Agenda Brasil 2030 e também convergem com a própria agenda Faemg”, acrescentou.
O consultor ambiental e engenheiro agrônomo Orlando Rolón, que será um dos palestrantes no evento, avalia que a integração das atividades e o aproveitamento de dejetos na geração de energia, por exemplo, já é uma tendência. Para ele, o gasto com a destinação adequada de resíduos é uma obrigação do produtor e entra no custo operacional da mesma forma que o milho, a soja e remédios. “Se de qualquer forma é preciso gastar com infraestrutura para tratar efluentes, é melhor planejar e criar estrutura que dê retorno”, disse.
Um bom exemplo, segundo o consultor, são as granjas na suinocultura. Rolón explicou que existe uma forma de tratamento biológico em que todos os componentes dos dejetos de uma granja, incluindo as fezes dos porcos, passam por um processo que gera gases, entre eles o metano, que tem propriedade inflamável e de combustível.
“Quando capturado, o metano pode ser utilizado como combustível, dando condição ao suinocultor de tirar proveito do seu potencial”, afirmou o consultor. No entanto, a produção de energia elétrica a partir deste gás requer adaptações no sistema de transmissão elétrica, mas uma vez isso feito, a energia poderá ser lançada na rede de distribuição e ser reutilizada no empreendimento.
Só para se ter uma ideia, em uma granja com 500 a 550 matrizes, o valor gasto com energia seria em torno de R$ 14 mil ao mês, o que também inclui uma fábrica de rações com capacidade de geração de 4 toneladas por dia. Por outro lado, a capacidade de geração de energia de um sistema capaz de transformar o metano em energia e distribuir o gás para o empreendimento, transformado em reais, seria de R$ 21,4 mil. Em outras palavras, o aproveitamento do gás metano, neste caso, seria suficiente para suprir o consumo de energia da granja com sobras.
Fonte: Diário do Comércio
Fonte: Canal do Produtor