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ABASTECIMENTO DE MILHO

Representantes do Ministério da Agricultura (Mapa), da indústria de aves e suínos e de produtores de grãos se reuniram, nesta quarta-feira (15/6), para discutir os problemas no abastecimento de milho, que tem afetado principalmente avicultores e suinocultores, com reflexos no preço da carne. O encontro foi na sede da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), em São Paulo.

O secretário de Política Agrícola do Mapa, Neri Geller, destacou o encontro como uma abertura de diálogo com o setor. Sem anunciar medidas concretas, afirmou que o governo estuda saídas para amenizar a situação doabastecimento do grão.

Uma alternativas poderia ser a retidada de PIS/Cofins sobre as importações. Entretanto, de acordo com o secretário, o benefício tributário perderia efeito a longo prazo.

- A retirada por mais de quatro meses pode fortalecer muito competidores externos, como o milho argentino, e enfraquecer o Brasil – afirmou.

O preço do milho acumula alta de 43,4% desde o começo do ano, segundo o indicador Cepea/Esalq/BM&FBovespa, com base em Campinas (SP). A referência tem se mantido acoma de R$ 52 a saca de 60 quilos. Entre os principais fatores que influenciaram este aumento, está a exportação.

A estimativa atual é de que por volta de 70% do milho safrinha esteja negociado para a exportação. Para evitar a falta do grão, tradings estão recomprando o produto para revender à indústria nacional, mesmo que a preços mais caros.

Apesar dessa situação, uma eventual restrição de vendas para o exterior não é levada em consideração neste momento, de acordo com o representante do Minsitério da Agricultura. Decisão neste sentido poderia comprometer a imagem do Brasil como importante exportador do cereal.

Geller, por outro lado, questionou a estratégia de compra do milho adotada pela indústria.

- Por que no ano passado a indústria não fez como as tradings e comprou o milho quando estava a um preço mais barato? Havia abundância de estoques e faltou previsibilidade de que isso podia acabar – argumentou.

Ainda segundo o aecretário, o governo está otimista em relação à produtividade do milho de inverno nesta safra, apesar de problemas enfrentados em algumas regiões produtoras. Para ele, esse fator, aliado a uma recente queda dos preços, poderia evitar os leilões e um consequente esvaziamento dos estoques públicos. As reservas atuais estão em cerca de 600 mil toneladas e o governo chegou a cogitar a venda de 500 mil.

Também presente na coletiva, o presidente da ABPA, Francisco Turra, reforçou que as conversas indicam uma ampliação do canal de diálogo entre produtores e indústria.

- É algo inédito que pode trazer frutos para o futuro – afirmou.

Fonte: Globo Rural

 



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