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NÃO AO CAFÉ MUITO QUENTE

Não existem provas conclusivas de que beber café provoca câncer, irá dizer a agência da Organização Mundial da Saúde (OMS) dedicada à doença, revertendo seu parecer anterior, mas também irá alertar que bebidas “muito quentes” provavelmente são carcinógenas.

Anteriormente a Agência Internacional de Pesquisa do Câncer (Iarc, na sigla em inglês) classificou o café como “possivelmente carcinogênico”, mas mudou de ideia.

Nesta quarta-feira, a entidade irá informar que sua análise mais recente “não encontrou indícios conclusivos de efeito carcinogênico” na ingestão de café e irá ressaltar alguns estudos que mostram que o café, na verdade, pode diminuir o risco de se desenvolver certos tipos de câncer.

Ao mesmo tempo, porém, dirá que outras evidências científicas levam a crer que beber qualquer coisa muito quente –perto de 65 graus Celsius ou acima– incluindo água, café, chá e outras bebidas, provavelmente causa câncer de esôfago.

Sediada na cidade francesa de Lyon, a Iarc rendeu manchetes em todo o mundo no ano passado ao afirmar que carne processada pode provocar câncer, obtendo suas conclusões depois de analisar mais de mil estudos científicos em humanos e animais. Não havia indícios adequados para afirmar se o café é carcinogênico ou não.

A Iarc havia rotulado o café como “possível carcinógeno” em sua categoria 2B, ao lado de clorofórmio, chumbo e muitas outras substâncias.

A Associação Nacional de Café dos Estados Unidos saudou a mudança na classificação da Iarc como uma “ótima notícia para os consumidores de café”.

Em sua avaliação de bebidas muito quentes, a Iarc irá dizer que estudos com animais dão a entender que os efeitos carcinogênicos provavelmente ocorrem com temperaturas de 65 graus Celsius ou mais. Vários experimentos com ratos e ratazanas revelaram que líquidos “muito quentes” –inclusive água– podem levar ao desenvolvimento de tumores.

O câncer de esôfago é o oitavo tipo de câncer mais comum do mundo e uma das maiores causas de mortes resultantes dessa doença, tendo provocado cerca de 400 mil falecimentos em 2012.

Fonte: Reuters



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