As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) operam com leve alta nesta manhã de sexta-feira (10), após recuarem mais de 500 pontos na sessão anterior em realização de lucros. Com esse avanço, o mercado volta a ficar mais próximo do patamar de US$ 1,40 por libra-peso. Os operadores no terminal externo continuam atentos ás condições climáticas adversas no Brasil e o câmbio.
Por volta das 09h36, o vencimento julho/16 anotava 134,50 cents/lb com 55 pontos de alta, o setembro/16 tinha 136,30 cents/lb com 45 pontos de alta. O contrato dezembro/16 registrava 138,95 cents/lb com 55 pontos positivos, enquanto o março/17 subia 35 pontos, cotado a 141,25 cents/lb.
Nos últimos dias, o mercado externo do arábica tem repercutido com força as intempéries climáticas no Brasil, que registrou volumes expressivos de chuva em meio a colheita na maioria das regiões produtoras, além de uma massa de ar polar com possibilidade de causar geadas em algumas localidades.
Veja como fechou o mercado na quinta-feira:
Café: Após sete altas consecutivas, Bolsa de Nova York recua mais de 500 pts nesta 5ª em realização de lucros
Após sete sessões consecutivas de alta, que levaram as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) para o patamar de US$ 1,40 por libra-peso, repercutindo as condições climáticas adversas no Brasil e o câmbio, o mercado externo perdeu praticamente todos os ganhos da véspera nesta quinta-feira (9) em ajustes e com os operadores externos bem menos receosos com a possibilidade de geada em algumas áreas produtoras.
O vencimento julho/16 registrou na sessão de hoje 133,95 cents/lb com queda de 570 pontos, o setembro/16 teve 135,85 cents/lb com recuo de 580 pontos. Já o contrato dezembro/16 fechou o dia com 138,40 cents/lb também com 580 pontos negativos, enquanto o março/17, mais distante, anotou 140,90 cents/lb com 575 pontos de desvalorização.
"Após subir forte e testar os patamares mais altos em um ano nesta quinta, o mercado acabou fechando em baixa em um movimento natural de realização de lucros por parte dos fundos e especuladoras", afirma analista João Santaella. As cotações do arábica na ICE completariam hoje a oitava sessão consecutiva de valorização.
Nas últimas sessões, o mercado externo do arábica repercutiu com força as intempéries climáticas no Brasil, que registrou volumes expressivos de chuva em meio a colheita na maioria das regiões produtoras, além de uma massa de ar polar com possibilidade de causar geadas em algumas localidades.
Segundo informações divulgadas pela Cooxupé, maior cooperativa de café do mundo, a colheita entre os cooperados chegou a 9,94% até 3 de junho e chegou a ser interrompida na área da abrangência por conta das intempéries climáticas.
"As chuvas provocam a queda do grão, necessitando de varrição…. (e) alguns cafeicultores conseguem fazer a varrição somente no final da colheita, ou seja, término de agosto. O apodrecimento do grão é uma consequência", informou a Cooxupé, por meio da assessoria de imprensa.
De acordo com a Somar Meteorologia, além do Paraná que já teve alguns registros de geada nesta semana, algumas áreas de cultivo de café de maior altitude ao Sul de Minas Gerais também correm risco de enfrentaram baixas temperaturas nos próximos dias, reportou a Reuters nesta quinta-feira.
Áreas de menor altitude ao Sul de Minas Gerais e na região de Mogiana, em São Paulo, não estão sob risco de geadas, apesar das temperaturas em queda, afirmou a empresa.
O analista de mercado da Safras & Mercado, Gil Carlos Barabach pondera que, apesar da possibilidade de geadas confirmadas pelos institutos meteorológicos nos próximos dias, elas serão isoladas e sem grandes chances de prejudicar safras futuras.
O agrometeorologista da Somar Meteorologia, Marco Antonio dos Santos, aponta que as chuvas devem reduzir nos próximos dias. "Somente em meados da semana que vem é que as chuvas irão retornar ao Sul do país, por conta do enfraquecimento da massa de ar polar. As chuvas permanecerão mais concentradas sobre a região Sul, o que é normal para essa época do ano", explica.
Mercado interno
Segundo João Santaella, a valorização recente no mercado externo propiciou um cenário mais favorável de preço ao produtor brasileiro, que por sua vez, voltou ao mercado. "No Cerrado Mineiro, aproveitamos as altas para fixar bastante café para 2017 e 2018, com produtores fixando preços entre R$ 570,00 até R$ 600,00", explica.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje em Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 560,00 a saca – estável. A cidade de Poços de Caldas (MG) teve a maior oscilação no dia com queda de 3,05% e saca cotada a R$ 541,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 545,00 a saca e recuo de 2,68%. Foi a maior variação no dia dentre as praças.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação nas cidades de Araguari (MG), Espírito Santo do Pinhal (SP) e Varginha (MG) com R$ 500,00 a saca, respectivamente, preço estável e queda de 0,99% nas duas últimas. Patrocínio (MG) teve a maior oscilação no dia dentre as praças no dia com queda de 4,00% e saca a R$ 480,00.
Na quarta-feira (8), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 488,18 com alta de 1,69%.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Canal do Produtor