Contrariando o senso comum, que relaciona o comércio de flores somente às datas comemorativas, o setor tem surpreendido e apresentado crescimento superior ao esperado, mesmo diante da atual crise econômica. Segundo oInstituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor), em 2015 o faturamento foi de R$ 6 bilhões, contra R$ 5,7 bilhões de 2014.
De acordo com o presidente do Instituto, Kees Schoenmaker, as perspectivas de crescimento para este ano eram de 6 a 8 %. Entretanto, a meta de 8% já foi atingida no primeiro semestre. “As vendas do Dias Mães foram favoráveis para todos os setores, alguns venderam menos, mas quase ninguém perdeu produto”, comenta.
Para Schoenmaker, é notável que o comportamento do consumidor mudou diante das restrições econômicas, mas ele não deixou de consumir o produto. “A classe A continua sua vida como sempre foi, a crise não chegou ou chega bem de leve para esse grupo de privilegiados. A classe B é mais cautelosa na compra, gasta um pouco menos ou não repete a compra toda semana. Já a classe C compra menos flores e vasos menores. A classe D está sentindo forte a crise e só compra em datas especiais, como aconteceu no Dia das Mães”.
Atualmente, o país se destaca na produção, com mais de 6,5 mil hectares de área de floricultura e cerca de 8.248 produtores cadastrados no Instituto. E a tendência de crescimento é mundial. Ainda segundo o Ibraflor, somadas as exportações de todos os países produtores e exportadores, o volume superou US$ 21 bilhões em 2013. As plantas vivas e as flores de corte representam juntas 86% das exportações da categoria, enquanto folhagem, gramíneas, bulbos e tubérculos respondem por menos de 20% do total.
O Brasil conta com cerca de 8 mil produtores de flores e plantas. Juntos, eles cultivam mais de 350 espécies com cerca de três mil variedades. “O mercado de flores é uma importante engrenagem na economia brasileira sendo responsável por 215.818 empregos diretos, dos quais 78.485 (36,37%) são relativos à produção, 8.410 (3,9%) relacionados à distribuição, 120.574 (55,87%) no varejo, 8.349 (3,8%) em outras funções, em maior parte como apoio”, explica Schoenmaker.
Centro produtor
Conhecida como a “capital das flores”, o município de Holambra, no interior paulista, é uma antiga colônia holandesa hoje com cerca de 12 mil habitantes. Maior produtor e centro de comercialização de flores e plantas ornamentais do país, a cidade responde por 50% do mercado brasileiro do setor, por meio de duas importantes cooperativas: Veiling de Holambra e Cooperflora.
A produção de flores e plantas ornamentais no Brasil tem como principal destino o mercado interno, que responde por 97% da floricultura nacional. Por aqui, o consumo per capta de flores ainda é baixo, com aproximadamente R$ 23 por habitante. “Temos entre 50 e 60 empresas de redes supermercadistas trabalhando junto com a cooperativa. Esperamos aumentar a participação do setor junto aos supermercados”, contou Raquel Osório, gerente comercial da Veiling Holambra, durante a Feira da Associação Paulista de Supermercados (Apas), realizada em maio na capital paulista. A empresa concentra 360 associados da macro-região de Holambra (SP) que, juntos, produzem mais de 3.500 variedades durante o ano todo.
Fonte: Revista Globo Rural
Fonte: Canal do Produtor