O excesso de chuva nos últimos dias interrompeu a colheita de café em Divinolândia,Caconde (SP) e cidades vizinhas. Produtores já calculam as perdas, enquanto famílias que contam com a renda gerada na época da colheita se preocupam com a situação.
Os frutos que resistem à força da chuva e permanecem no pé ficam rachados e cobertos por fungos. Muitos acabam caindo mesmo e apodrecem em contato com a terra. Com isso, os grãos fermentados perdem qualidade e preço. O prejuízo chega a ser de até R$ 120 por saca.
O especialista em provar e classificar o café Valdeci Rodrigues disse que a bebida feita com um grão atingido pela chuva perde o valor de mercado. “Há um decréscimo muito grande no preço de venda”, afirmou.
Perda dos grãos
O café que fica no solo serve de morada para a broca, um inseto que, se não for controlado, pode trazer prejuízos para colheitas futuras. O grão também começa a germinar e perde peso.
O produtor Mário Ferrari contou que prefere nem recolher o café que cai no chão. A perda na produção já chega a 30%. “Para mim, não é economicamente viável, a receita é menor que a despesa”, disse. Nos cafezais dele, a colheita só é feita nos talhões onde a maquina consegue passar.
Prejuízos
A chuva também atrapalha os produtores que usam o terreiro para secar o café, que fica com o grão meio melado. “O café fermentou, entra bactéria, é umidade em excesso. Já perdeu a qualidade e também um valor agregado. Agora que resta são as contas a pagar”, disse Paulo Megali.
A trabalhadora rural Luiza Helena Reis de Souza depende do dinheiro que ganha apanhando café, mas já está ha duas semanas em casa, sem trabalhar. “Parou por causa da chuva. É difícil porque as contas vão atrasando”, disse.
Fonte: G1
Fonte: Canal do Produtor