Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago, nesta manhã de quinta-feira (9), trabalham em campo negativo. As cotações da oleaginosa perdiam, por volta das 8h (horário de Brasília), entre 8 e 6 pontos nas principais posições. Ainda assim, o vencimento julho/16 vem sendo negociado a US$ 11,71 por bushel. O farelo e o óleo acompanham e também perdem força.
O recuo chega após a disparada que os preços registraram no pregão anterior, com ganhos que se aproximaram dos 40 pontos e fizeram com que a primeira posição, que ainda é a mais negociada, superasse os US$ 11,80 por bushel, e reduzindo a diferença de valores entre os contratos mais próximos e os mais longos.
As baixas, como explicam analistas e consultores de mercado, são naturais, já eram esperadas e se tratam de uma correção técnica do mercado, sempre que as cotações se aproximam de patamares importantes – e altos – de resistência. Os fundamentos, porém, continuam mantidos e seguem positivos.
Além do mais, o mercado internacional se posiciona ainda à espera do novo reporte mensal de oferta e demanda que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz nesta sexta-feira, 10 de junho. Em um mercado já aquecido, os números poderiam trazer ainda mais intensidades para os negócios.
Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:
Complexo soja renova máximas na Bolsa de Chicago e grão fecha com melhores preços em quase 2 anos
O complexo soja disparou novamente na Bolsa de Chicago na sessão desta quarta-feira (8). Os futuros da soja em grão subiram, nas posições mais negociadas, mais de 3% – ou de 33,50 a 36,50 pontos -; os do farelo mais de 2% e os do óleo, mais de 1%. Durante todo o dia as commodities operaram em campo positivo e foram intenisificando seu caminho de alta.
Dessa forma, segundo Bob Burgdorfer, analista de mercado do site internacional Farm Futures, a posição julho/16 da soja, que fechou o dia com US$ 11,80 por bushel, registrou seu mais elevado patamar desde agosto de 2014. "E pode adicionar mais alguns ganhos não só neste vencimento, como também no novembro (que é referência para a nova safra dos Estados Unidos)".
Há, segundo explicam analistas, uma junção de fatores que segue atuando como combustível para os preços que vem ganhando cada vez mais peso e aumentando o apetite dos fundos de investimento a cada nova sessão. No centro das atenções, o cenário climático nos Estados Unidos e o desenvolvimento da nova safra.
"O clima passa a ser o principal foco de observação dos fundos, que continuam comprando, apostando em seca durante o mês de julho (nos Estados Unidos)", explica a analista de mercado Andrea Cordeiro, da Labhoro Corretora.
Segundo analistas internacionais, os traders ainda seguem acompanhando com atenção as previsões que indicam tempo mais quente e seco no Meio-Oeste americano nos próximos dias, o que poderia fortalecer as possibilidades de um La Niña. Nos próximos 6 a 10 dias, de acordo com informações do NOAA, há de 40% a 60% de chances de que as temperaturas fiquem acima da média em todo o Corn Belt, enquanto as chuvas poderiam ficar abaixo do esperado para esse período do ano.
Além do clima nos Estados Unidos, o resultado das adversidades climáticas vividas na América do Sul e que reduziram de forma significativa a oferta local também tem sido importante componente na formação de preços mais altos. A menor disponibilidade de produto afinal, se choca com uma demanda aquecida e crescente.
Nesta quarta-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou uma nova venda de 132 mil toneladas de soja da safra 2015/16 para a China e ajudou a colocar ainda mais força no mercado na CBOT. Ainda nesta semana, o USDA já reportou vendas de 305 mil toneladas de soja em grão da safra 2016/17, sendo 180 mil também para a nação asiática e 125 mil para destinos não revelados.
As importações da oleaginosa pela nação asiática, em maio, somaram 7,7 milhões de toneladas. De acordo com os últimos números reportados pela Adminitração Geral da Alfândega da nação asiática, o volume é 8,3% maior do que o registrado em abril e, em relação ao mesmo mês do ano passado, o incremento é de 25%. No acumulado de 2016, as compras chinesas já superam as de 2015 em 14,5%.
Na conta, entrou ainda o dólar mais baixo nesta quarta, no Brasil e no exterior, além de uma queda também observada no dólar index. O movimento contribuiu não só para o mercado da soja na Bolsa de Chicago, mas das commodities de uma forma geral. O petróleo, em Nova York, fechou com alta de mais de 2%, enquanto o dólar perdeu 2,29% frente ao real, para encerrar os negócios com R$ 3,3697.
"Muita gente no mercado via um piso nos 3,50 reais e as declarações do Ilan contrariaram essa tese", disse o operador da corretora Ativa Arlindo Sá à agência de notícias Reuters, referindo-se à sabatina vivida pelo presidente indicado ao Banco Central no Senado Federal. "Aí o real veio com tudo, embalado também pelo cenário externo positivo", completou.
Preços no Brasil
E apesar dessa despencada do dólar no Brasil, o mercado interno conseguiu se sustentar nas fortes altas de Chicago e algumas praças no interior do país finalizaram os negócios desta quarta-feira subindo entre 1,18% e 3,26%. Assim, em Sorriso/MT, a saca ainda vale R$ 85,00; em Não-Me-Toque/RS, R$ 80,50 e em Londrina/PR, R$ 83,00.
Já nos portos, as variações foram mais tímidas em função da dólar em queda disputando espaço com a CBOT em alta. Assim, no porto de Rio Grande, a soja disponível fechou com R$ 92,50 e, no mercado futuro, estável nos R$ 90,50 por saca. Já em Paranaguá, as últimas referências ficaram, respectivamente, R$ 96,00 e R$ 90,00 por saca.
Fonte: Notícias Agrícolas
Fonte: Canal do Produtor