A proposta de liberação temporária do defensivo agrícola glifosato foi rejeitada nesta segunda-feira (6/6) em votação no braço executivo da União Europeia (UE), a Comissão Europeia. Conforme noticiado pelo Broadcast na semana passada, a licença de uso do produto expira em 30 de junho e havia a expectativa de que houvesse uma liberação temporária por um período entre 12 meses e 18 meses, até que pesquisas em torno do risco cancerígeno a seres humanos possam ser melhor avaliadas.
A maioria dos países membros do bloco votaram a favor da extensão, porém a quantidade necessária não foi atingida, já que Itália, Alemanha e França decidiram se abster. Era necessário que os países favoráveis à prorrogação da licença somassem 65% da população europeia.
Na falta de aprovação pelo colegiado, caberá agora à Comissão Europeia definir se a licença de uso será estendida ou não. Um porta-voz da Comissão não sinalizou qual decisão deverá ser tomada numa reunião amanhã e criticou países que não tomaram uma posição.
- Os países-membro deveriam assumir a responsabilidade e não se esconder atrás da Comissão – disse o porta-voz.
O glifosato tem sido alvo de oposição por parte de alguns governos europeus, refletindo o maior ceticismo em torno do uso de produtos químicos em lavouras. Organismos geneticamente modificados (OGM) também têm sofrido resistência similar.
A Monsanto é a principal produtora e fornecedora do glifosato no mundo, com grande peso na receita da companhia. Atualmente, a empresa tem conversas com a Bayer sobre uma possível venda para os alemães.
Além da extensão temporária, a Comissão pretende impor restrições sobre quando e como aplicar a substância. Entre as medidas, está previsto um banimento de um produto equivalente ao glifosato, conhecido como Polioxietilenamida (POE-tallowamine), e recomendações para reduzir o uso do produto em jardins, parques públicos e antes da colheita.
Fonte: Globo Rural