Com péssimas condições climáticas, os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, o chamado Matopiba, foram prejudicados, o que reduziu a estimativa para a produção de soja na safra 2015/2016.Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) divulgados na última semana, a produção da oleaginosa deve ser de 97,9 milhões de toneladas, 700 mil toneladas a menos do que os números anunciados em maio.
A expectativa para as exportações também foi revista para baixo: de 55,3 milhões de toneladas para 54,6 milhões de toneladas.
Para o diretor executivo da Associação Nacional dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja), Fabrício Rosa, o balanço reflete as condições climáticas negativas. No Mato Grosso, houve problema nos bolsões. Mas, infelizmente, a dificuldade no Matopiba foi muito maior , pontuou. A promessa era produzir mais de 100 milhões de toneladas, mas o El Niño foi intenso no Norte e comprometeu a produtividade , diz o analista de Soja da Consultoria Safras & Mercados, Gil Barabach.
Segundo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a queda na produtividade chegou a 25,6% no Maranhão, 22,9% no Piauí, 25,1% na Bahia e 31,5% no Tocantins.
A quebra de safra foi ainda maior sobre a produção: 57% no Maranhão, 60% no Tocantins, 46% no Piauí e 50% na Bahia. Isso considerado o aumento médio de 6,9% na área plantada no Norte e Nordeste.
Alta nos preços
A quebra de safra na Argentina, prejudicada pelo excesso de chuvas nas regiões produtoras, assim como a alta demanda pelo grão no mercado asiático, fizeram o preço do bushel de 27,2 quilos subir na Bolsa de Chicago (EUA). Há um ano, o preço do bushel estava em US$ 9,475. Na última quinta-feira (2), esse valor era de US$ 11,442 por bushel.
No Brasil, os preços também avançaram. Dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) mostram que no último dia 27, o preço da saca de soja de 60 quilos era de R$ 87,42 no Paraná. No mesmo mês de 2015, esse valor foi de R$ 62,32.
Se as perdas na safra da Argentina forem abaixo do que o mercado espera, os preços podem esfriar. Mas a demanda continuará aquecida , analisou o pesquisador de Grãos do Cepea, Lucilio Alves.
Biodiesel
Com a menor disponibilidade de soja no Brasil, há uma preocupação com a produção nacional de biodiesel, na qual até 88% é composta pela soja.
Devemos reduzir muito a oferta, mas serão dificuldades pontuais , diz o analista de Biodiesel da Safras & Mercados, Maurício Muruci.
Fonte: DCI
Fonte: Canal do Produtor