O mês virou e mesmo exportando matérias-primas, Mato Grosso segue mantendo o terceiro lugar entre os maiores exportadores brasileiros de 2016. Conforme dados regionais divulgados ontem pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), o Estado acumula de janeiro a maio deste ano receita de US$ 6,89 bilhões, cifras abaixo apenas do contabilizado no mesmo período pelos estados de São Paulo, US$ 17,84 bilhões e Minas Gerais, US$ 8,22 bilhões. Na comparação anual com o mesmo intervalo de 2015, o Estado é o único que apresenta expansão positiva, que atinge 36,40%. Nos cinco primeiros meses do ano passado, as vendas externas da pauta mato-grossense somaram US$ 5,05 bilhões.
Ao contrário do que se observava até 2015, a excelente performance da pauta local não está sendo apenas embalada pelo bom momento da moeda norte-americana, melhor valorizada neste momento do que há um ano, mas principalmente pela grande demanda externa e simultânea pela soja em grão e pelo milho. Desde fevereiro, o cereal vem sendo destaque dos embarques, tanto pelo volume físico movimento, quanto pelo valor negociado. Essa ‘dobradinha’ de commodities agrícolas, por exemplo, que juntamente com boas vendas de algodão registradas no período, tem sido responsáveis por cerca de 76% da receita atual de US$ 6,89 bilhões.
A soja em grão, carro-chefe das exportações mato-grossenses, respondeu sozinha por 53,97% da receita total da pauta. De janeiro a maio movimentou US$ 3,72 bilhões com embarque de 10,49 milhões de toneladas, expansão financeira de 39,28% em relação aos negócios do mesmo período do ano passado que somaram US$ 2,67 bilhões com a movimentação de 6,81 milhões de toneladas. Naquele momento a soja em grão respondeu por 52,86% da receita.
Já as vendas do milho registraram o maior avanço financeiro entre as commodities agrícolas: 112,34%, ao passar de US$ 569,34 milhões para atuais US$ 1,20 bilhão. Nesse intervalo, os embarques foram de 3,04 milhões t para 7,25 milhões e a participação da receita do milho no faturamento geral da pauta se elevou de 11,26% para 17,52%.
Em relação ao algodão, a fibra manteve sua participação financeira praticamente estável, em torno de 4,4%, no entanto, apresenta forte evolução na receita, que cresceu na comparação anual 35,85%, passando de US$ 224,63 milhões para US$ 305,15 milhões nesse acumulado de 2016.
A carne bovina, que figura entre um dos principais segmentos da pauta estadual, fechou o período com retração de 9,90%, com receita atual de US$ 290,40 milhões contra US$ 322,29 milhões. Na contramão, o volume embarcado aumentou de 76,03 milhões de toneladas para 77,63 milhões.
Em relação às importações, Mato Grosso ampliou as compras em 3,70%, de US$ 1,70 bilhão em 2015 para US$ 1,76 bilhão no período de janeiro a maio deste ano. Os produtos adquiridos seguem sendo cloreto de potássio e gás natural.
Mercados
Dos US$ 6,89 bilhões faturados pela pauta estadual até maio, US$ 2,55 bilhões vieram de negociações com os chineses, que permanecem sendo os maiores parceiros comerciais do Estado. Com esse volume de negócios, a China participa com 33,99% do total da receita. O consumo realizado pelo país até o momento é 41,16% maior do que o contabilizado em igual momento de 2016.
Do segundo ao quinto lugar estão, pela ordem, Países Baixos (Holanda) com negócios de US$ 365,54 milhões – 48,59% maior que em 2015 -, Irã com US$ 341,79 milhões – 54,48 maior que em 2015 -, Indonésia US$ 330,56 milhões – (-9,21%) em relação a 2015 -, e Tailândia US$ 285,47 milhões – 16,85% a mais que em igual período do ano passado -.
Em relação às importações, os maiores fornecedores do Estado são Bolívia, US$ 201,45 milhões, Belarus, US$ 200,66 milhões, Estados Unidos, US$ 172,11 milhões, Espanha, US$ 167,54 milhões e Canadá, US$ 155,78 milhões.
Fonte: Diário de cuiabá