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DE FRUTO PROIBIDO A RENDA EXTRA

Fazer do limão uma limonada. Apesar de o alimento ser outro, o dito popular tem servido de incentivo para muitos produtores paranaenses que têm em suas propriedades exemplares da Araucária angustifólia, árvore provedora do pinhão. Como o corte é proibido por uma portaria do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), a maneira encontrada para gerar renda em áreas onde a produção de grãos se torna inviável pela presença das robustas (e bonitas) árvores é a comercializar a semente. Pela regra, o corte da árvore só pode ocorrer se ela oferecer riscos ou houver algum interesse social e/ou de utilidade pública. Nesses casos, o abate deve ser autorizado previamente.

O Paraná é o principal produtor de pinhão do país. No ano passado, 4,6 mil toneladas foram colhidas por aqui, metade da safra nacional. O Valor Bruto de Produção (VBP) do fruto, símbolo estadual, ultrapassou os R$ 10 milhões, permitindo renda extra significativa aos produtores. Ainda não existe uma previsão de qual será a produção estadual neste ano.

“O pinhão é uma espécie florestal que dá prazer quando se consume. Então, muitos produtores se beneficiam disso para gerar uma renda extra. Eu conheço muitos que, nesta época do ano, se dedicam a catar as pinhas e vender nas Ceasas”, conta Derli Dossa, engenheiro-agrônomo do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab).
Em casos específicos, alguns produtores têm projetos mais ambiciosos. Dossa relembra que recentemente um grupo o procurou pedindo ajuda para viabilizar a exportação de 90 toneladas de pinhão para a China. “Há um enorme mercado”, afirma.

De acordo com levantamento do Deral, nesta safra o produtor está recebendo entre R$ 5 e 8 pelo quilo do pinhão. Como o custo de produção é praticamente zero, o lucro é garantido e permite aumentar a renda. No Estado, a produção está concentrada nos municípios de Pinhão, Guarapuava, Turvo, Inácio Martins, Imbituva, Prudentópolis, Coronel Domingos Soares, Mangueirinha e Tijucas do Sul, que, juntos, correspondem a mais de 50% da produção total. Essas regiões são beneficiadas por suas características de Floresta Ombrófila Mista, propícias ao desenvolvimento das florestas com Araucária. No âmbito nacional, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Minas e São Paulo também produzem o alimento. Porém, apenas o primeiro tem peso significativo na produção nacional.

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Fonte: Sistema FAEP



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