Brasília (25/05/2016) – O excesso de chuvas que ocorreu durante a semeadura e colheita do arroz, na região Sul do Brasil, reduziu a produção do cereal para a safra 2015/2016 e, em razão disso, pode provocar aumento nos preços no mercado interno. Dados divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam que a produção de arroz no Rio Grande do Sul, maior estado produtor, deve somar 7,6 milhões de toneladas, queda de 11% se comparada à safra de 2014/2015, quando totalizou 8,6 milhões de toneladas. Essa redução vai terá impacto no aumento dos preços, que, agora em maio, estão cotados em R$ 41,37 a saca de 50 kg. Em abril a saca fechou em R$ 39,91.
Os dados foram apresentados na 42ª reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Arroz do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), realizada nesta terça-feira (24/05), com a participação de técnicos da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O analista de mercados da Conab, Sérgio Roberto Gomes, afirmou que o fenômeno climático El Niño foi responsável pelos impactos negativos durante o desenvolvimento das lavouras, que deverá interferir nos estoques de passagem.
“A produção nacional do arroz está estimada em aproximadamente 11 milhões de toneladas nesta safra. O montante previsto está 12% abaixo do total colhido na última safra, que somou 12,4 milhões de toneladas. Por conta disso, há a possibilidade do produto chegar ao mercado com um preço mais elevado”, destacou Sérgio Gomes.
Excesso de chuvas – O excesso de chuvas no Rio Grande do Sul, estado responsável por 70% da produção nacional, atingiu várias plantações provocando perdas de produtividade em muitas áreas. O assessor técnico da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da CNA, Alan Malinski, explicou que o aumento de umidade nas lavouras, os cachos maduros pesam demais e a planta acaba acamando (quando os grãos ficam em contato com o solo e apodrecem).
Esses fatores contribuíram também para a diminuição do consumo do arroz no Brasil. Desde a safra 2013/2014 que o brasileiro tem reduzido a ingestão do cereal. De acordo com a Conab, neste período, foram consumidas 11,9 milhões de toneladas, caindo para 11,7 milhões na safra seguinte e, na atual, caiu um pouco mais: 11,6 milhões de toneladas. Cada brasileiro consome, em média, 25 quilos de arroz ao ano, segundo o Mapa.
O presidente da Câmara Setorial, Daire Paiva Coutinho, explicou que o setor enfrenta dificuldades por conta das variações climáticas. No seu entender é necessária a união das entidades representativas do setor na busca de medidas capazes de aprimorar as políticas públicas e promover discussões técnicas que beneficiem tanto os produtores de arroz, quanto os consumidores.
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Fonte: Canal do Produtor