Em ajustes e refletindo o mercado financeiro, as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) trabalham do lado vermelho da tabela pela terceira sessão consecutiva nesta quinta-feira (19). Ainda assim, o patamar de US$ 1,30 permanece nos principais vencimentos.
Por volta das 09h03, o vencimento julho/16 registrava 128,55 cents/lb e o setembro/16 tinha 130,50 cents/lb, ambos com queda de 155 pontos. Já o contrato dezembro/16 operava com 133,25 cents/lb e o março/17 anotava 135,90 cents/lb, os dois com 150 pontos de recuo.
Veja como fechou o mercado na quarta-feira:
Café: Bolsa de Nova York cai mais de 250 pts, mas cotações resistem em cerca de US$ 1,30/lb
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta quarta-feira (18) com queda de pouco mais de 250 pontos em meio a um processo de realização de lucros, que já era esperado por analistas de mercado. Antes da leve queda de ontem, os preços na ICE estavam no campo positivo por nove sessões consecutivas. Saíram de US$ 1,25 por libra-peso e testaram patamares acima de US$ 1,30/lb.
O vencimento maio/16 encerrou a sessão de hoje cotado a 129,30 cents/lb com 255 pontos de queda, o julho/16 teve 130,10 cents/lb com baixa de 260 pontos. Já o vencimento setembro/16 teve 132,05 cents/lb com 255 pontos negativos e o dezembro/16 registrou 134,75 cents/lb com 245 pontos de desvalorização.
Desde o início dos trabalhos nesta quarta-feira, o mercado do café arábica na ICE opera do lado vermelho da tabela. "O café flertou com os 135,00 cents/lb, mas sucumbiu com a pressão dos vendedores. Em parte, tal pressão vem do Brasil, que voltou a registrar altas do dólar ante o real e, diante da melhora recente do terminal, vê vantagens interessantes para vender nesses níveis", disse um trader internacional.
Além das correções técnicas, o mercado também sente a pressão do câmbio. Após fechar abaixo de R$ 3,50 ontem, o dólar comercial voltou a subir nesta quarta-feira. A moeda estrangeira encerrou o dia com R$ 3,5629 na venda e alta de 2,04% repercutindo a ata do Fed (Federal Reserve), que sinaliza a possibilidade de aumento dos juros dos Estados Unidos em junho. O câmbio também repercutiu as intervenções do Banco Central. O dólar mais alto em relação ao real dá maior competitividade às exportações da commodity.
Tecnicamente, para o analista de mercado João Santaella, o fechamento das cotações ao redor de US$ 1,30/lb foi importante. No entanto, "estudos de análise técnica apontam para um cenário baixista, com preços abaixo de 130,00 cents/lb e suportes em 125,00 e 121,00 cents/lb", explica.
Segundo agências internacionais, os operadores externos seguem atentas as incertezas em relação ao equilíbrio entre oferta e demanda nesta temporada, o que seria um fator altista. O mercado estima que mesmo com uma colheita ao redor de 50 milhões de sacas neste ano no Brasil – média das projeções das principais entidades –, o país teria dificuldades no abastecimento global e até com a demanda interna. Os estoques de café de safras passadas são praticamente inexistentes.
Mercado interno
De um modo geral, os negócios com café seguem lentos nas praças de comercialização do Brasil. Os produtores estão mais atentos aos trabalhos de colheita e relutam a oferecer suas produções nos atuais patamares. No entanto, segundo João Santaella, com preços mais altos em algumas praças ontem, produtores aproveitaram para fazer vendas futuras.
"Muitos cafeicultores aproveitaram a valorização e fizeram vendas para entrega em setembro de 2017 com fixações de preços saindo de R$ 550,00 a R$ 570,00 a saca", afirma.
O tipo cereja descascado continua com maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 545,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia foi registrada em Poços de Caldas (MG) com queda de 3,98% e saca a R$ 506,00.
O tipo 4/5 também teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 548,00 a saca e alta de 2,43%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Araguari (MG) com R$ 500,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com queda de 1,46% e saca a R$ 474,00.
Na terça-feira (17), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 475,54 com alta de 0,08%.
Bolsa de Londres
A Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, seguiu Nova York e recuou forte nesta quarta-feira. O contrato maio/16 registrou US$ 1659,00 por tonelada e queda de US$ 11, o julho/16 teve US$ 1665,00 por tonelada e recuo de US$ 34, enquanto o setembro/16 anotou US$ 1681,00 por tonelada e desvalorização de US$ 33.
Na terça-feira (17), o Indicador CEPEA/ESALQ do café conillon tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 389,36 com queda de 0,09%.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Canal do Produtor