Apesar da falta de estrutura, a Secretaria de Estado de Turismo defende que outras opções de estadias se transformaram em grande aliado do desenvolvimento do turismo de inverno. A acolhida na colônia – projeto pioneiro no Estado – é um exemplo de hospedagem que ganha destaque.
Visitantes têm a oportunidade de passar um fim de semana em contato direto com a terra e a lida no campo. No projeto, agricultores abrem as propriedades e compartilham experiências.
– A ideia surgiu há 17 anos com um agrônomo que foi fazer estágio na França e conheceu a Acolhida Camponesa, que surgiu como uma renda extra para os agricultores não abandonarem o campo. Ele veio para Santa Rosa de Lima e apresentou a ideia para as famílias da área rural – explica Leonilda Boeing, uma das primeiras a aderir ao projeto.
Atualmente, a associação de agricultores conta com 145 famílias e tem se destacado no turismo em Santa Catarina. Visitantes inclusive do exterior têm procurado pelaspropriedades rurais. Somadas essas estadias, a Serra tem 227 estruturas de hospedagem, segundo pesquisa da Secretaria de Turismo de Lages.
Vinhos atraem turistas para SC
O secretário estadual de Turismo, Filipe Mello, ressalta que, apesar da falta de grandes hotéis, o número de pousadas e outras formas de hospedagem vêm crescendo.
– Nos últimos dois anos, o Estado percebeu que o número de turistas que ficam em casas e não na rede hoteleira está crescendo muito. Nosso Estado vem se qualificando como, por exemplo, no turismo de observação na Serra, de enoturismo, que qualifica muito o destino. As pousadas de Urubici e Bom Jardim evoluíram muito, a gastronomia está cada vez mais qualificada e abrangente – avalia Mello.
O cultivo dos vinhos de altitude também atrai turistas durante o inverno. Segundo a Secretaria de Turismo, a vinícola Leone di Venezia, inaugurada este ano, e a Villa Francioni, ambas com pousadas agregadas, fazem parte dos últimos investimentos privados na região e que têm qualificado o turismo.
Segundo Acari Amorim, diretor de comunicação da Associação Catarinense dos Produtores de Vinhos Finos de Altitude (Acavitis), as vinícolas com áreas de degustação e compras atraem turistas e movimentam R$ 300 milhões por ano. Inaugurada em março, as novas instalações da vinícola Leone di Venezia integram quatro suítes ao estilo das cantinas familiares italianas.
Por lá, os turistas podem conhecer a produção de vinhos e descansar em uma área de 15 hectares em São Joaquim, a uma altitude média de 1.280 metros. Saul Bianco, o empresário à frente da Leoni di Venezia, diz que a ideia segue uma tendência de turismo praticado em países como Itália, Espanha e Portugal. Na Europa, os visitantes têm a experiência de conhecer a produção de vinhos especiais.
– Temos um clima bom, uma paisagem maravilhosa, mas falta ainda muita infraestrutura e incentivo público. Investimos, mas não temos retorno de serviços, como telefonia e internet – observa Bianco, que já tem a pousada lotada em todos os finais de semana até meados de julho.
Entusiasmado com as belezas de Urubici, há três anos o empresário Eduardo Linhares, 54 anos, decidiu construir uma pousada na região. Prestes a ver o sonho se tornar realidade, a pousada Urubá, que será inaugurada em 5 de junho, conta com seis chalés e capacidade para 22 pessoas, com acessibilidade para portadores de necessidades especiais e um restaurante com comida orgânica.
– Urubici tem um grande potencial de beleza natural, está ao lado de Gramado e é o grande futuro do turismo da Serra e do Brasil. Vamos usar a natureza de forma sustentável – destaca o empresário.
Fonte: A Notícia
Fonte: Canal do Produtor