Manaus / Amazonas (19/05/2016) – As declarações foram dadas na manhã dessa segunda-feira, durante audiência pública promovida pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Pesca, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPPADR), realizada na Assembleia Legislativa do estado do Amazonas.
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do estado Amazonas (FAEA), Dr. Muni Lourenço, informou na manhã dessa segunda feira (16), que alguns piscicultores estão desistindo da atividade por conta dos furtos e a necessidade de pedir que a Secretaria de Segurança Pública (SSP) tome as medidas necessárias.
“Esperamos que o governo do estado aprove a medida que diminui a carga tributária sobre os insumos da criação de peixe, dentre eles a ração, é preciso resolver o gargalo da falta de infraestrutura como vicinais e energia elétrica estável, para garantir o aumento da produção local; esse valor que o Amazonas importa poderia ficar aqui gerando renda no interior”, disse Lourenço.
Durante a reunião, também foram apresentados os dados sobre consumo e compra de pescado. O Amazonas tem a maior proporção de consumo de peixe do país entre pessoas de 18 anos ou mais de idade, o que equivale a quase a totalidade da população (93,2%), isto é, acima da média nacional (54,6 %) e da média regional (77,2%) e tem Manaus como o principal mercado consumidor, de acordo com dados do IBGE de 2014.
Segundo o deputado Dermilson Chagas, é preciso melhorar a cadeia produtiva e ver como se pode trabalhar para baixar o preço. “Ouvimos hoje, como os cientistas podem colaborar para o melhoramento de técnicas a serem utilizadas e a ideia é aproximar o produtor disso”, ressaltou.
Entretanto, o setor enfrenta ainda a falta de certificação, ou seja, o selo necessário para assegurar a qualidade do pescado. Para a pesquisadora e coordenadora de pós-graduação em aquicultura do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Elizabeth Gusmão, não há em toda a região norte, laboratórios credenciados para a análise de sanidade do pescado. “É preciso criar dois laboratórios: um de análise de alimentos e outra para avaliar a sanidade. A gente não sabe que está sendo utilizando na ração, não sabemos se estão dando antibióticos para os peixes. Não temos na região norte esses laboratórios e é só assim que podemos garantir a segurança alimentar do consumidor”, afirma. Além disso, a pesquisadora ressaltou as dificuldades que as instituições de pesquisas enfrentam com a falta de pesquisadores que possam orientar os estudantes o que, para ela, prejudica o andamento dos estudos fundamentais para o desenvolvimento eficaz do setor.
Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas – FAEA
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Fonte: Canal do Produtor