No primeiro trimestre de 2016, a produção nacional de biodiesel somou 894 milhões de litros, o que corresponde a uma queda de 5,5% em relação ao mesmo trimestre de 2015, de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Esse resultado reflete, principalmente, a retração na atividade econômica do País. O IBC-Br indica, no primeiro trimestre, contração de 1,44% sobre o último trimestre de 2015, ano em que o PIB encolheu 3,8%. A queda no ritmo de operação da economia é sentida de forma direta no consumo de combustíveis, especialmente de diesel, uma vez que esse é o principal combustível usado em veículos utilitários.
Ou seja, é o menor consumo do diesel B (mistura de diesel mineral ao biodiesel) que tem provocado queda na produção desse biocombustível, porque o seu consumo ocorre de forma compulsória, ao ser misturado em 7% ao diesel mineral, na comercialização em todo o território nacional.
A região Centro-Oeste respondeu por 44% de todo o biocombustível fabricado, seguida das regiões Sul (38%) e Nordeste (8%).
Nos três primeiros meses do ano, as importações de diesel fóssil recuaram aproximadamente 36% em comparação com o primeiro trimestre de 2015. Com isso, a participação do diesel importado no total de diesel vendido no Brasil caiu de 18%, em 2015, para 12%, em 2016 – ambos os resultados referem-se aos três primeiros meses do ano. Com relação ao último trimestre do ano passado, contudo, registrou-se aumento de 16% nas importações de diesel.
Matérias-primas – O óleo de soja respondeu, no primeiro trimestre, por 76% de todo o biodiesel fabricado em território nacional, seguido das gorduras animais (19%) e do óleo de algodão (2%).
Para atender a essa participação de 76%, foram destinadas, nesse período, cerca de 600 mil toneladas de óleo de soja para a produção de biodiesel, segundo estimativas da ABIOVE.
Preço do biodiesel – Na média do primeiro trimestre, o preço do biodiesel pago às usinas ficou em R$ 2,52/litro.
Consumo voluntário de biodiesel – Desde o Leilão 47, realizado em janeiro de 2016, está permitido o consumo de biodiesel em teor superior ao obrigatório (7%) para casos específicos. Nas frotas rodoviárias, é possível adquirir o B20 (mistura de 20% de biodiesel ao diesel mineral), enquanto que os usuários de transporte ferroviário e máquinas agrícolas e industriais podem consumir o B30. O modelo de operação comercial desses produtos está pronto e totalmente disponível aos consumidores. Basta os interessados se informarem sobre as possibilidades de negócio junto às suas distribuidoras de combustíveis e aproveitarem os preços competitivos do biodiesel, que são inferiores aos do diesel mineral em algumas regiões do Brasil, de acordo com o período do ano, com destaque para: Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul.
Estatísticas mensais – Mensalmente, a ABIOVE divulga um balanço das estatísticas do mercado de biodiesel. As planilhas, contendo informações de produção, importação, consumo, uso de matérias-primas, preços do biodiesel e do diesel mineral, no Brasil, encontram-se no sitewww.abiove.org.br, seção Estatística.
Fonte: Abiove