As indústrias de suco de laranja do Estado de São Paulo tiveram um prejuízo de 1,1 bilhão de reais na temporada 2015/16 devido a uma queda de quase 26 por cento no rendimento industrial, afetado por condições climáticas adversas para as plantações, disse nesta segunda-feira a entidade que representa as grandes empresas exportadoras.
O cálculo tomou como base a necessidade de mais caixas de laranja para produzir o mesmo volume de suco e também a variação dos preços do produto na bolsa de Nova York.
O rendimento industrial médio na safra 2015/16 ficou em 302,2 caixas para a produção de uma tonelada de suco de laranja concentrado 66º Brix (FCOJ equivalente), ante 240,5 caixas registradas na safra 2014/15, informou a Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos, (CitrusBR).
- Em vez de processar suco, as empresas processaram água. E essa é uma alta de custo totalmente absorvida pela indústria – disse em nota o diretor-executivo da associação, Ibiapaba Netto.
A entidade disse que suas associadas –Citrosuco, Cutrale e Louis Dreyfus– processaram 240,4 milhões de caixas de laranja de 40,8 quilos na última safra, ante 250 milhões de caixas em 2014/15.
Se a produtividade industrial de 2014/15 tivesse sido mantida, os 240,4 milhões de caixas de 2015/16 teriam rendido 223 mil toneladas de suco (FCOJ) a mais, destacou a CitrusBR.
Na semana passada, o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) estimou que a safra de laranja da região produtora de suco do Brasil deve atingir 245,8 milhões de caixas (40,8 kg cada) na temporada 2016/17, 18 por cento abaixo do total colhido no ciclo anterior, com altas temperaturas reduzindo a produtividade dos pomares.
Em sua primeira estimativa para a nova safra brasileira, o órgão de pesquisa do setor viu ainda uma redução de 6 por cento na área de cultivo em comparação ao ano passado, para 416 mil hectares em 2016/17, com produtores erradicando pomares velhos, em benefício de outras culturas.
Fonte: Reuters