Os preços do frango vivo no mercado independente exibiram leve recuperação nesta semana com o incremento da demanda de início de mês, mas a oferta ainda supera a necessidade do mercado e impede valorizações significativas.
Na terça-feira (10) a praça de Minas Gerais registrou o terceiro reajuste em sete dias de negócio, passando de R$ 2,35/kg para R$ 2,55/kg. Com a valorização de R$ 0,20 – no período – a cotação em Minas volta a superar o mercado paulista.
Em São Paulo, o valor de comercialização do animal vivo está em R$ 2,50/kg, seguida do Rio Grande do Sul que registra R$ 2,45/kg e de Paraná e Santa Catarina, que tem o menor valor, R$ 2,46/kg, segundo levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas.
Na praça paulista, no entanto, é importante considerar as observações de negócios abaixo da referência, apontando desequilibrou entre oferta e demanda maior do que tem sido visto nas demais regiões. Assim, os analistas consideram pouco provável reajustes positivos em São Paulo no decorrer de maio, visto que nem mesmo a demanda de inicio do mês foi capaz de elevar as cotações.
Nesta sexta-feira (13) o alerta de mercado do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) destacou os valores do frango vivo e do pinto de um dia que, devido à oferta dos animais vivos, seguem em queda na maioria das regiões acompanhadas.
Para o animal vivo, os atuais patamares são os menores desde junho/15, em termos nominais. "A expectativa de produtores consultados pelo Cepea era de que os altos preços da carne bovina e a redução do poder de compra de consumidores pudessem impulsionar as vendas da carcaça de frango. O que, por sua vez, elevaria a demanda por animais para abate. No entanto, a oferta segue superando a demanda, frustrando a expectativa desses agentes", disse.
Como fator positivo, o desempenho favorável das exportações de carne de frango brasileira colaborou para redução da oferta interna, fazendo os preços das carnes resfriada e congelada se manterem em alta desde o início de maio, segundo o Cepea.
Em nota o Centro informou que o frango resfriado fechou cotado a R$ 3,75 o quilo na sexta-feira (6), uma alta de 4,17% no acumulado do mês, segundo o indicador do Cepea com base no preço médio praticado no atacado da Grande São Paulo, São José do Rio Preto e Descalvado. Já o frango congelado ficou em R$ 3,76/kg, alta de 3,58% em maio.
Custos
A baixa disponibilidade interna do milho neste ano, consequência de exportações elevadas desde o segundo semestre de 2015; menor área cultivada na safra de verão; e expectativa de quebra na safrinha; mantém os preços do cereal em alta. Desde então, os custos de produção de frangos e suínos têm ficado altos, reduzindo margens de lucro do setor.
Neste sentido, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informou na terça-feira (10) que negocia novas vendas de estoques de milho neste ano como forma de garantir o abastecimento dos produtores de frangos e suínos, após confirmação de que a segunda safra será menor que a do ano passado.
O governo pretende leiloar até 1 milhão de toneladas de milho neste ano, informou o Mapa em nota. Nos últimos três meses, 500 mil toneladas do grão já foram vendidas por meio dos leilões e, em abril, o governo aprovou a redução a zero do imposto de 8% sobre a importação do grão.
A expectativa da indústria de proteína animal é de que os preços do milho comecem a cair com o início da colheita da safrinha, entre o fim de maio e início de junho.
Exportações
Outro fator importante para o escoamento da produção neste ano de dificuldade no consumo interno são as exportações.
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), na primeira semana de maio os embarques foram, em média, 18,93 mil toneladas dia contra os 16,32 mil t/dia – uma queda de 14%.
No entanto, segundo analistas, esses números não devem apresentar à frente um retrocesso significativo, uma vez que maio corrente tem um dia útil a mais.
Fonte: Notícias Agrícolas
Fonte: Canal do Produtor