Brasília (13/05/2016) – “O uso da árvore em propriedades rurais tem se tornado uma alternativa de produção e preservação ambiental. Além de trazer ganhos econômicos e sociais, o plantio de mudas e semeadura direta restauram a vegetação nativa da área degradada”, afirmou o pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Daniel Luis Mascia, durante a 9ª edição da AgroBrasília, nesta quinta-feira (12/05). Daniel apresentou aos visitantes da feira a área de restauração de vegetação nativa implantada pelo Projeto Biomas e os benefícios do plantio de árvores em Área de Preservação Permanente (APP) e reservas legais.
Na área experimental, instalada em novembro de 2014 no terreno da AgroBrasília, foram plantadas árvores nativas pioneiras (que crescem rápido) das espécies: mutamba, açoita-cavalo, jequitibá, jatobá, arueira, jenipapo e outras. De acordo com o pesquisador da Embrapa, o plantio de árvores recupera e protege as APPs e torna as áreas de reserva legal mais produtivas com o manejo de espécies frutíferas e madeireiras. “As plantas regeneram o ambiente, reduzem a presença de plantas daninhas e ainda atraem pássaros que promovem a polinização”.
O ideal para uma área de restauração é a utilização de métodos de plantio variados como a semeadura direta e a plantação de mudas. As sementes são mais baratas e se adaptam melhor ao solo, já as mudas são um pouco mais caras, mas crescem mais rápido. Entretanto, as duas são importantes para composição de uma área de recuperação ambiental no Bioma Cerrado. Para Daniel Luis, toda a ação de restauração deve ser monitorada e manejada conforme seus resultados. O monitoramento permite analisar se o método empregado está desencadeando a regeneração natural necessária para o retorno da vegetação nativa.
O experimento implantado na AgroBrasília é o mesmo utilizado pelo Projeto Biomas na Fazenda Entre Rios, localizada na região do Programa de Assentamento Dirigido do Distrito Federal (PAD-DF), a 65 quilômetros de Brasília. Na Fazenda, foram plantadas mudas de mais de 10,6 mil árvores, de 87 espécies diferentes, em um período de cinco anos.
Caso de sucesso – A fazenda do produtor de grãos Mario Barreto, 71 anos, é um exemplo de caso de sucesso de plantio de árvores em propriedades rurais. Mario já plantou 10 mil mudas de espécies nativas em sua propriedade de 270 hectares, localizada no Programa de Assentamento do Distrito Federal (PAD-DF). O produtor tem 20 hectares de Reserva Legal e 3 hectares com mudas das espécies arueira, pequi, ipê, buriti, pimenta rosa e gonçalo-alves. “Após o plantio de árvores, foi constatado um aumento no volume de água das cinco nascentes da propriedade. Inclusive as que não eram perenes, se tornaram após a inclusão das mudas”, disse Mario Barreto.
O PROJETO BIOMAS
O Projeto Biomas, iniciado em 2010, é fruto de uma parceria entre a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com a participação de mais de quatrocentos pesquisadores e professores de diferentes instituições, em um prazo de nove anos.
Os estudos estão sendo desenvolvidos nos 6 biomas brasileiros para viabilizar soluções com árvores para a proteção, recuperação e o uso sustentável de propriedades rurais nos diferentes biomas.
O Projeto Biomas tem o apoio do SENAR, SEBRAE, Monsanto, John Deere e BNDES. No Cerrado, o Projeto Biomas é coordenado pela Embrapa Cerrados, com apoio da Embrapa Florestas, Emater/GO, Instituto Federal Goiano, Universidade de Brasília – UNB e Universidade Federal de Goiás – UFG.
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Fonte: Canal do Produtor