A receita das exportações brasileiras para as principais economias da América Central cresceu 7% nos quatro primeiros meses deste ano, chegando a US$ 447,594 milhões.Houve aumento nos ganhos com embarques para Belize (+20%), Honduras (+3%), Nicarágua (+63%) e Costa Rica (+21%), enquanto o retorno das vendas para El Salvador (-5%) diminuiu.
As exportações para Guatemala e Panamá ficaram estáveis na comparação entre os primeiros quadrimestres de 2015 e 2016. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
A Nicarágua, principal responsável pelo aumento das exportações para a região, ampliou em 248% o volume de suas importações do Brasil neste ano, que somaram US$ 41,858 milhões. Os 72,925 milhões de quilos em compras foram divididos entre commodities, como arroz e café, e produtos manufaturados, como tubos e escavadoras.
As vendas para os nicaraguenses e para outros países da região foram favorecidas pela desvalorização do real e pela boa relação entre os governos locais e o brasileiro, disse Antônio Carlos Alves dos Santos, professor de economia da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP).
Também chama atenção o crescimento econômico da região. O avanço do Produto Interno Bruto (PIB) estimado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para a Nicarágua, por exemplo, é de 4,5%, em 2016, e 4,3%, em 2017.
A Costa Rica segue a mesma linha: segundo o FMI, o PIB local deve crescer 4,2% neste e no próximos anos. Já Honduras deve ter expansão de 3,5%, em 2016, e de 3,7%, no ano que vem.
Os dois países também ampliaram o volume de importações do Brasil. Os costarriquenhos compraram 103% a mais nos quatro primeiros meses deste ano, enquanto que os hondurenhos aumentaram suas importações em 50%.
Assim como acontece com a Nicarágua, a pauta de exportação brasileira para Costa Rica e Honduras tem participação de produtos básicos e industrializados. Entre as mercadorias comercializadas, aparecem milho e arroz, mas também tecidos, automóveis e tratores.
As negociações com Belize também ganharam força nos primeiros meses do ano. O volume das importações do Brasil – principalmente sementes e máquinas – aumentou 126% na comparação com igual período de 2015.
Para Santos, o avanço da região pode favorecer os embarques brasileiros nos próximos anos, ainda que as vendas para a América Central não tenham grande representatividade para o comércio exterior do País.
Cuba
Em meio ao processo de abertura econômica, Cuba também ampliou suas compras do Brasil neste ano. Com leve alta (+1%), as importações geraram US$ 115,796 milhões para empresários e produtores brasileiros em 2016.
De acordo com Santos, a boa relação entre os governos cubano e brasileiro deve incentivar as vendas para a ilha no curto prazo. Entretanto, quando o comércio entre Cuba e Estados Unidos for normalizado, segue o especialista, não deve sobrar muito espaço para o avanço das exportações brasileiras.
Existe uma questão geográfica, logística. É bem provável que Cuba se torne um mercado cativo dos norte-americanos, inclusive para produtos manufaturados, quando as relações entre ambos forem totalmente normalizadas.
Entre janeiro e abril deste ano, os principais produtos brasileiros vendidos para Cuba foram commodities, como óleo de soja, carne de frango, arroz, milho e café. O volume das exportações cresceu 58%, para 163,262 milhões de quilos, ante igual período de 2015.
Negócios
Por outro lado, após dois anos com foco na atividade turística, o escritório de El Salvador iniciou suas operações comerciais e de investimento no Brasil. A intenção é atrair executivos do País, principalmente para as áreas de calçados, têxtil, aviação e turismo explicou Vladimiro Villalta Novoa, diretor do gabinete em São Paulo.
Os salvadorenhos também buscam investidores para o setor de energia solar, para fomentar os setores de distribuição e infraestrutura. Dependemos muito de hidrelétricas e a produção está ficando custosa, em grande parte por causa das mudanças climáticas. Agora, procuramos capital para essa alternativa , acrescentou Novoa.
Segundo ele, os brasileiros que apostarem naquele país encontrarão facilidades como a isenção de taxas para investimentos em produção – no setor elétrico, há isenção de imposto de renda por cinco anos – e a manutenção do dólar como moeda oficial.
Fonte: DCI
Fonte: Canal do Produtor