O Plano para Expansão, Aprimoramento e Desenvolvimento Sustentável da Agricultura Irrigada foi anunciado nesta terça-feira (10), em Brasília, pela ministra Kátia Abreu (Agricultura, Pecuária e Abastecimento). O projeto visa a aumentar a área irrigada do país de 6,2 milhões para 11,2 milhões –expansão de 5 milhões de hectares, ou 80% — em 10 anos.
O plano de irrigação foi apresentado a autoridades e do setor produtivo pelo diretor da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Arno Jerke Junior, ex-diretor do Departamento de Sistemas de Produção e Sustentabilidade do ministério. Segundo ele, o projeto tem os seguintes objetivos: usar a água de forma racional, evitar as perdas agrícolas por causa de problemas climáticos, aumentar a produtividade de 3,4 para 4 toneladas por hectare e gerar até 7,5 milhões de empregos diretos e indiretos. Do ponto de vista ambiental, busca diminuir a pressão sobre a abertura de novas áreas de produção.
O plano de irrigação tem duas etapas:
Primeira etapa (2016 a 2019):
– ampliação da área irrigação em 1,5 milhão de hectares, considerando a infraestrutura atual disponível;
– implementação do Cadastro Nacional de Irrigantes;
– implantação de 50 unidades demonstrativas;
– capacitação de 20 mil produtores e técnicos;
– implantação de três centro de referência em agricultura irrigada.
Segunda Etapa (2020 a 2024)
– ampliação da área irrigada em 3,5 milhões de hectares, a partir da identificação das regiões aptas, e equacionamento de questões de infraestrutura e logística;
– capacitação de 35 mil produtores e técnicos;
– implantação de 50 unidades demonstrativas.
As áreas identificadas para o fomento da agricultura irrigada, a curto prazo, têm 4,5 milhões de hectares e estão localizadas em 298 municípios brasileiros.
- Às vezes, você tem uma terra maravilhosa, água disponível, mas não tem estrada nem energia. Então, aquele local não pode ser prioritário – disse Kátia Abreu.
A prioridade número um é atender as regiões do Semiárido brasileiro e do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).
- Dos 6 milhões de hectares irrigáveis no Matopiba, 500 mil estão prontos, com energia, estrada, armazenagem. Toda a área estratégica de investimento está pronta, é só financiar o produtor. Essa é a grande novidade do estudo – afirmou.
O Plano Agrícola e Pecuário 2016/2017, lançado no último dia 4, destina R$ 550 milhões para financiar a irrigação.
Na mesma cerimônia, a ministra Kátia Abreu assinou duas instruções normativas: uma relaciona os modelos de equipamentos dispersores utilizados em aeronaves agrícolas, com uso aprovado pelo Ministério da Agricultura; e a outra determina a certificação zootécnica de suínos pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS). A associação é a responsável pelo registro genealógico de suínos, com autorização do ministério. As instruções serão publicadas no Diário Oficial da União nos próximos dias.
Fonte: MAPA