Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) comprovaram que a bactéria Wolbachia, quando presente noAedes aegypti, é capaz de reduzir a transmissão do vírus zika. Publicado nesta quarta-feira (4/5) na revista científica Cell Host&Microbe, o estudo integra o projeto “Eliminar a Dengue: Desafio Brasil”, que investiga ainfecção do mosquito pela bactéria como estratégia para impedir a multiplicação de vírus no Aedes.
A pesquisa mostra ainda que a Wolbachia, presente em 70% dos insetos na natureza, também reduz a replicação do zika no organismo do mosquito. O estudo usou dois grupos de mosquitos Aedes aegypti: um com Wolbachia, criados em laboratório pela equipe do projeto, e outro sem a bactéria, coletados no Rio de Janeiro. Eles foram alimentados com sangue humano contendo cepas de zika isoladas em São Paulo e em Pernambuco.
Depois de 14 dias, os pesquisadores coletaram amostras da saliva desses mosquitos e infectaram novos mosquitos, que nunca tinham tido contato com o vírus zika. Dos mosquitos que receberam saliva de Aedes com Wolbachia, nenhum se infectou com o vírus zika. Já no grupo que recebeu a saliva dos mosquitos sem a bactéria, 85% dos insetos ficaram “altamente infectados”.