A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA, na sigla em inglês) divulgou na tarde desta segunda-feira (2/5) relatório no qual informa manter sua avaliação de que o glifosato, principal ingrediente do herbicida Roundup, tecnologia desenvolvida pela Monsanto e comercializada também por outras multinacionais do setor, é seguro e não tem potencial cancerígeno. No documento, concluído em outubro mas divulgado no site da EPA somente nesta segunda, a agência informou que seu Comitê de Revisão de Avaliações sobre Câncer rebateu parecer da Agência Internacional para Pesquisas sobre Câncer (IARC, na sigla em inglês), ligada à Organização Mundial de Saúde (OMS), que havia declarado em março de 2015 que o glifosato provavelmente teria potencial para causar câncer em humanos.
O comitê da EPA respondeu que, ao revisar todos os estudos disponíveis relacionados ao glifosato e à doença, não encontrou associação entre o herbicida e a maioria dos tipos de câncer. No caso do linfoma não-Hodgkin, a agência norte-americana considerou a relação como “evidência conflituosa”. Em novembro de 2015, aAutoridade Europeia de Segurança Alimentar também havia considerado improvável que o glifosato causasse câncer em humanos. Na ocasião, a entidade, juntamente com países da União Europeia, acabara de encerrar a reavaliação do glifosato, em um “processo exaustivo” que considerou, entre outros, o relatório da OMS de março do ano passado.
À época, o Centro para Segurança Alimentar (CFS, na sigla em inglês), dos Estados Unidos, condenou a decisão da Autoridade Europeia de Segurança Alimentar, afirmando que as pesquisas sobre os efeitos do glifosato, quando misturado a outros químicos, tinham sido ignoradas. Em nota, o presidente global da Monsanto, Hugh Grant, afirmou que “nenhum órgão regulador de pesticidas no mundo considera o glifosato como cancerígeno” e que “esta conclusão feita pela EPA uma vez mais reitera este importante fato”.
Grant lembrou que o glifosato tem 40 anos de história de “uso seguro e efetivo”.
- Infelizmente, a inconsistente classificação da IARC no ano passado gerou injustificável temor e confusão em torno desta importante ferramenta agrícola – complementou.
Em março de 2015, logo após o relatório da IARC, as ações da Monsanto caíram 1,7% na bolsa de Nova York (Nyse).
Fonte: Globo Rural