Após ligeira e pouco significativa recuperação em março, no mês de abril o frango vivo voltou a enfrentar evolução mensal negativa de preço em relação ao mês anterior, ocorrência que se repetiu pela quarta vez nos últimos cincos meses, ou seja, desde dezembro de 2015.
A redução, de pouco mais de 4%, fez com que o valor médio do produto no mês não passasse dos R$2,68/kg, ficando cerca de dois centavos acima da média registrada em fevereiro. Porém, até esse pequeno ganho parece ser apenas aparente, porquanto em boa parte de abril as negociações do frango vivo foram realizadas por valores inferiores aos das cotações nominais. Assim, o mais provável é que o valor real alcançado no mês tenha correspondido ao pior resultado dos últimos 10 meses.
Sob esse aspecto, aliás, abril foi fechado com uma valorização anual superior a 17%, resultado que – para analistas em geral – representará ganho excepcional, pois deverá ficar cerca de oito pontos percentuais acima da inflação acumulada nos últimos 12 meses. Neste caso, porém, estará sendo ignorado que:
1º) no ano passado, em abril de 2015, o preço alcançado pelo frango vivo (R$2,29/kg) ficou mais de 3% aquém do registrado no mesmo mês do ano anterior (R$2,37/kg em abril de 2014). Ou seja: o valor atual corresponde a uma valorização nominal, em dois anos, de 13% – abaixo, portanto da inflação (IPCA) acumulada em 24 meses, superior a 18%.
2º) a valorização alcançada é absolutamente insuficiente para cobrir o aumento de custos enfrentado no período e que (pelo relatório da Embrapa Suínos e Aves relativo a março) no espaço de 12 meses aumentou perto de 25%.
Mas, enfim, com esse desempenho, o frango vivo completa os quatro primeiros meses do ano alcançando preço médio de R$2,73/kg, valor apenas 4% superior à média registrada nos 12 meses de 2015.
Tende a obter melhores resultados no decorrer deste e dos próximos meses. Mas vai continuar enfrentando dificuldades para alcançar remuneração capaz de cobrir adequadamente o alto custo enfrentado. Porque vêm sendo cada vez menores as probabilidades de expressivo recuo nos preços do milho, o principal fator de encarecimento do custo do frango.
Fonte: Avisite