O Departamento de Economia Rural (Deral), vinculado à Secretaria de Agricultura do Paraná, prevê uma redução de 14% na área cultivada de trigo no Estado, para 1,155 milhão de hectares. Na estimativa de abril, divulgada nesta quinta-feira (28/4), o Deral acentuou sua previsão para a retração no plantio do cereal, que no mês passado era de 11%.
O novo número para a área levou o Deral a rever sua estimativa de produção de trigo para 3,5 milhões de toneladas, ante os 3,6 milhões de toneladas previstos em março. O levantamento indica que o plantio atingiu 3% da área estimada, desempenho dois pontos percentuais atrasado em relação ao menor percentual dos últimos cinco anos e nove pontos abaixo da média histórica para esta época do ano.
Hugo Godinho, analista de trigo do Deral, observa que o atraso se deve a falta de chuvas ao longo de abril. As precipitações na última terça-feira (26/4) criaram condições para o início do plantio. Segundo ele, apesar do atraso, ainda há tempo de finalizar os trabalhos dentro das recomendações técnicas, mesmo nos municípios onde o período ideal se encerra em 10 de maio.
Em relação à comercialização, Godinho relata que os preços tiveram um leve aumento neste mês de abril, na sequência da alta do primeiro trimestre deste ano. “O aumento aconteceu na contramão dos preços internacionais e da valorização do real. Este efeito, apesar de contraditório, era esperado em virtude da subvalorização que apresentava o produto paranaense quando comparado com os preços externos”, diz ele.
Na opinião do analista, os preços atuais em dólares do produto nacional estão mais adequados aos do mercado externo e prevê que em breve pode haver um alinhamento das oscilações das cotações internas às internacionais. Ele pondera que o possível reajuste do preço mínimo, em 10% aproximadamente, pode ter impacto positivo na região onde o plantio é mais tardio, mas acredita que o impacto será limitado, devido à alta de 17% nos custos de produção.
Godinho afirmou que “a não efetuação do plantio em relação às previsões iniciais, caso ocorra, poderá ser creditada mais aos altos custos de produção da cultura do que à perda da janela ideal”. Outro fator apontado por ele que pode afetar a decisão dos produtores é o preço recebido pelos produtores, que, na média, bateu em R$ 40,81 a saca de 60 kg, a maior cotação desde junho de 2014. A valorização é de 19% em relação a abril do ano passado.
Fonte: Revista Globo Rural
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