Os produtores de commodities estão atentos no rumo que a cotação do dólar pode tomar com a possível mudança de equipe econômica, caso Michel Temer assuma a Presidência da República. Com a queda de 10% da moeda americana desde o início do ano, alguns produtores aproveitam para comprar insumos. Por outro lado, se o dólar continuar caindo, pode ser o momento dos cafeicultores negociarem antecipadamente a safra.
O consultor de grãos Mario Mariano explica que houve aumento nas compras de fertilizantes em relação ao ano passado. “Isso mostra que o produtor está tendo um poder de compra melhor que no ano passado, que encareceu sua lavoura ao redor de 16 a 17%". O recuo mais forte do dólar traria desvantagem na venda de grãos, como soja e milho.
“Com um câmbio de até R$ 3,12, o produto brasileiro vai encarecer. Vamos perder competição para argentinos e muito provavelmente para americanos”, diz. Nos últimos dias, o Banco Central tem feito intervenções para conter a queda do dólar. O economista João Medeiros acredita que a moeda deve se manter cotada acima de R$ 3.
“O Banco Central não quer dólar barato, pois isto prejudicaria as exportações brasileiras. As exportações de soja e milho, por exemplo, vai chegar a julho no pico de safra e cos volumes fantásticos de exportação. Se o Banco Central não segura a taxa de câmbio de uma maneira geral, vamos entregar o nosso produto que já está barato por tonelada, com uma taxa de câmbio muito menor”, explica.
Para os cafeicultores, este pode ser um bom momento de fechar negócio da safra que começa a ser colhida em algumas regiões. A expectativa é de alta produção, acima de 50 milhões de sacas, o que reduziria o preço. Com mais uma desvalorização do dólar, poderia deixar a cotação ainda menor.
Fonte: Canal Rural
Fonte: Canal do Produtor