Após pleito do setor suinícola, o Conselho Monetário Nacional (CMN) anunciou nesta segunda-feira (11) a retorno da linha de crédito para retenção de matrizes. Com a medida, o limite de crédito para custeio de suinocultores teve seu valor dobrado de R$ 1,2 milhão para R$ 2,4 milhões. A medida vai apoiar os produtores que vêm enfrentando elevados custos de produção, devido à alta no preço do milho.
A proposta para retorno da linha de crédito havia sido apresentada pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) e pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), ainda no mês de março, ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Ministério da Fazenda. A resolução será publicada até amanhã (13) no Diário Oficial da União, mas de acordo com a decisão do CMN, os produtores poderão contratar a linha de crédito até o dia 30 de junho deste ano, e o reembolso poderá ser feito em até dois anos.
Segundo Nilo de Sá, diretor executivo da ABCS, a medida é fundamental para que os produtores consigam formar capital de giro necessário para se preparar diante da crise que vem se instaurando no setor.
- A medida vai dar um fôlego para os produtores, proporcionando capital de giro e evitando que pequenos e médios produtores vendam suas matrizes para reduzir seus prejuízos. Para se ter uma ideia, na crise de 2012, cerca de 120 mil matrizes tiveram que ser abatidas, o que corresponde a aproximadamente mil produtores, especialmente da região Sul – afirma.
A linha de crédito para retenção de matrizes já havia sido adotada pelo governo durante a crise do setor suinícola em 2012, mas foi suspensa em seguida. Conforme dados apontados pela ABCS e CNA, estima-se que os limites da linha de crédito são suficientes para auxiliar efetivamente até 80% dos suinocultores da produção independente e das unidades produtores de leitões (UPL), que consiste nos principais modelos de produção em que o produtor é responsável pela aquisição da ração.
Para Custódio Castro, diretor executivo da Associação dos Criadores de Suínos do Mato Grosso (Acrismat), a oferta de linha de crédito para retenção de matrizes deve ser uma constante.
- Acredito que a linha de crédito para retenção de matrizes deva ser um recurso sempre disponível para os suinocultores, uma vez que o mercado de suínos enfrenta altos e baixos. Sem dúvida, é uma proposta que fornece aos produtores mais subsídios e qualidade na produção. Aqui no Mato Grosso, a nossa luta é para que a medida se perpetue nos anais do Fundo de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) – afirma.
Valdecir Folador, presidente da Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs) e conselheiro de relações com o mercado da ABCS, destaca a importância da implementação da medida para que o produtor passe esse momento de crise.
- Diante desse momento difícil que os suinocultores vêm enfrentando, essa linha de crédito surge como uma verdadeira mão na roda para a produção de suínos no Brasil, porque servirá como capital de giro para os produtores – avalia.
O pleito também vinha sendo defendido pelos membros da Frente Parlamentar da Suinocultura, que marcaram reunião com o secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Ivandré Montiel, no dia 08 de março, e na oportunidade expuseram a realidade de seus municípios e ressaltaram a relevância da suinocultura para a economia dessas regiões, bem como a importância da linha de crédito para o setor. Na ocasião, estavam presentes o presidente da Frente, deputado Covatti Filho (PP-RS), os deputados Celso Maldaner (PMDB-SC), Ronaldo Benedet (PMDB-SC) e Mauro Pereira (PMDB-RS), além de Nilo de Sá e o consultor da CNA, Décio Coutinho.
Fonte: ABCS