Tânia Moreira| Economista do Departamento Técnico e Econômico – FAEP
CHIGACO LEVE ALTAS EM DIA DE RELATÓRIO DO USDA
Em 12 abril, terça-feira, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou seu o quarto relatório do ano com estimativas para oferta e demanda mundial agrícola. As produções de soja, milho e trigo da safra 2015/16 tiveram leves alterações, principalmente na América do Sul e os estoques finais foram revistos em relação à março.
O enfraquecimento do dólar, em um ambiente externo de redução de percepção do risco, e a expectativa em relação ao plantio da safra 2016/17 nos Estados Unidos parecem marcar mais influência nas cotações, trazendo os preços da soja em abril para patamares maiores que em março-16, mas que ainda são 30% inferiores a média de preços em dólares das últimas cinco safras.
SOJA: ESTOQUE FINAL AMERICANO TEM CORTE
O estoque final americano foi estimado em 12,11 milhões de toneladas em relação aos 12,51 milhões de toneladas relatados em março. A expectativa do mercado era de 12,4 milhões de toneladas. O corte foi influenciado pelo aumento nas expectativas das exportações americanas passando de 45,99 para 46,40 milhões de toneladas.
A safra brasileira foi mantida em 100 milhões de toneladas e a safra da Argentina cresceu de 58,5 para 59 milhões de toneladas, o que contrariou as expectativas de mercado. As exportações brasileiras foram elevadas de 58 para 59,5 milhões de toneladas. O Brasil se coloca como maior exportador mundial de soja atualmente.
A produção mundial é estimada em 320,15 milhões de toneladas para o consumo de 316,35 milhões de toneladas. O estoque final cresceu de 78,87 para 79,02 milhões de toneladas. Nas últimas três safras a produção superou o consumo, com crescimento dos estoques finais o que pressiona o preço da oleaginosa, que atualmente são projetados pelo USDA em US$ 8,50 por bushel.
No último dia de março, o USDA divulgou a estimativa de que a área de plantio de soja na safra 2016/17 nos Estados Unidos deve sofrer redução inferior a 1%.
Após a divulgação do relatório os contratos futuros oscilaram entre negativo e positivo, com o mercado considerando positivo a redução dos estoques americanos, e negativo a manutenção da produção no Brasil e aumento na Argentina. O contrato de maio-2016 fechou em US$ 9,36 por bushel.
MILHO: USDA ELEVA PRODUÇÃO E ESTOQUE MUNDIAL
A produção mundial passou de 969,64 para 972,13 milhões de toneladas, com crescimento de produção na Argentina. E o estoque final mundial cresceu de 206,97 para 208,91 milhões de toneladas, com aumentos dos estoques na Argentina e Estados Unidos.
O consumo na China, um dos maiores produtores mundiais, cresceu em 2 milhões de toneladas. As exportações da Argentina foram elevadas em 2 milhões de toneladas e as exportações brasileiras mantidas em 28 milhões de toneladas.
No último dia de março o USDA divulgou a estimativa de que a área de plantio de milho na safra 2016/17 nos Estados Unidos deve aumentar 6% em relação a safra 2015/16, com a maior área já plantada nos últimos anos. O preço médio em dólares por bushel no mês de março foi de US$ 3,65 por bushel, ou 33% inferior a média dos últimos cinco anos para o mês de março.
TRIGO: USDA ELEVA PRODUÇÃO E EXPORTAÇÃO NA ARGENTINA
As exportações de trigo da Argentina foram elevadas de 7 para 7,5 milhões de toneladas, com crescimento na produção de 11 para 11,3 milhões de toneladas.
A produção da União Europeia, maior produtor mundial cresceu de 158,46 para 160 milhões de toneladas. Os estoques finais dos Estados Unidos cresceram para 26,56 milhões de toneladas, de acordo com o que era projetado pelo mercado.
O plantio da nova safra nos Estados Unidos, com perspectiva inicial de leve redução da área de soja e significativo aumento na área de milho, a tendência do dólar e as perspectivas climáticas de ocorrência do fenômeno La Niña tem sido importantes influências para os preços.
O fechamento de preço em março revelou preços médios em dólares para a soja 30% inferiores ao registrado nas últimas cinco safras para o mês de março, 33% inferiores para o milho e 30,6% inferiores para o trigo.
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Fonte: Sistema FAEP