As exportações brasileiras de café atingiram cerca de 3 milhões de sacas no mês de março de 2016, número 2,5% superior ao reportado em fevereiro deste ano, com destaque ao crescimento de 3,6% nos embarques de café arábica. Os dados são do relatório mensal de resultados do Cecafé – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil. Com isso, o acumulado dos últimos 12 meses registra mais de 36,7 milhões de sacas exportadas.
De acordo com o relatório, no ano safra (de julho/2015 a março/2016) já são mais de 27,9 milhões de sacas, indicando um incremento de 0,6% em relação à mesma base comparativa do ano anterior. Esse crescimento é puxado pelas exportações do café arábica e solúvel que tiveram um aumento de 5,1% e 5,6%, respectivamente.
“O mercado trabalhava com a expectativa de que o Brasil teria uma redução de exportações neste período, o que não ocorreu devido aos bons níveis de estoques existentes. Assim, nosso desempenho ficou acima do esperado, muito próximo às 3 milhões de sacas”, aponta Nelson Carvalhaes, presidente do Cecafé.
"O importante é que precisaremos produzir no total cerca de 58 milhões de sacas nesta próxima safra para atender as demandas para exportação e consumo interno”, acrescenta Carvalhaes.
Outros países produtores compram e consomem cada vez mais café do Brasil
Um dos destaques do relatório é a ascensão do consumo do café nacional para outros produtores, refletindo positivamente na comercialização para estes países. “Uma das surpresas é o avanço das exportações brasileiras para os próprios concorrentes, que têm tido um crescimento percentual vertiginoso”, prossegue Carvalhaes.
No período de janeiro a março de 2016 o Brasil já exportou café para 27 países produtores que consomem o produto brasileiro. Na América Latina, os embarques a partir do Brasil no primeiro trimestre foram maiores no Equador (25,3 mil sacas, +415%), Peru (11,5 mil sacas, + 216%), Colômbia (9,3 mil sacas, +162%), Quênia (4,8 mil sacas, +353%) e El Salvador (4,9 mil sacas, +342%). No México, o crescimento foi de 17,6% (119,3 mil sacas). Esses seis países representam 53% das exportações do Brasil para concorrentes.
Aumento nas vendas para emergentes
Nos países emergentes, onde a taxa média de crescimento do consumo é estimada em 4,9% ao ano, o consumo da bebida preparada com os grãos cultivados no Brasil também registrou volumes maiores. No acumulado do ano, o Leste Europeu consumiu 20% mais café brasileiro, com destaque para Hungria (44,8%), Romênia (44,5%), Rússia (29%) e Ucrânia (14,5%), que, juntos, já representam 83% da demanda do café brasileiro na região. Na Oceania, a Austrália recebeu no período 64,4 mil sacas, um aumento de 23,5%, representando 87,4% do consumo na região.
O destaque final apontado pelo relatório fica com a Ásia. Turquia e Coreia do Sul também apresentaram aumento de consumo de café do Brasil (de 8,4% e 8,8%, respectivamente).
Cafés Diferenciados
Entre os cafés diferenciados, já são 1,8 milhões de sacas no acumulado do ano, 20,8% do volume total de cafés, mostrando que há um contínuo interesse do público naqueles com algum tipo de certificação, como origem, gourmets, orgânicos ou até mesmo com diferenciais em termos de sustentabilidade, condições socioambientais e métodos de processamento e beneficiamento.
Preços
“Os preços vêm se mantendo lineares desde o começo do ano”, comenta Carvalhaes. O preço médio da saca fechou em US$ 145,98 em março.
Portos
O Porto de Santos, no litoral paulista, segue sendo a principal via de embarque, com 84,9% da exportação. Desde o começo do ano, mais de 7,4 milhões de sacas já passaram por ali. Mas destaca-se também o aumento nos portos do Rio de Janeiro (mais de um milhão de sacas, 11,8% de participação) e Paranaguá (mais de 70 mil sacas, 0,8% de participação).
Fonte: CeCafé
Fonte: Canal do Produtor