A série de chuvas fortes que atingiu o Paraná no fim de 2015 estragou cerca de 26 mil toneladas de cebola cultivadas no estado, de acordo com levantamento do governo estadual. O número equivale a 21% do potencial produtivo do estado, conforme o estudo.
As altas precipitações do último trimestre do ano passado prejudicaram a qualidade, a formação e o desenvolvimento dos bulbos de cebola, provocando escassez de produção e consequente elevação nos preços, explica o Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral).
Além disso, com excesso de água, a produção ficou vulnerável às doenças conhecidas popularmente como "camisa d'água" e "podridão mole", que tornaram a cebola ainda mais perecível.
“Estes problemas geram perdas de produtividade e descarte de bulbos durante a armazenagem, o que estimulou os produtores a comercializarem a cebola antecipadamente”, diz o engenheiro agrônomo Carlos Alberto Salvador, do Deral.
Fora as chuvas, o setor também enfrenta dificuldade para encontra mão-de obra qualificada, o que também tem feito com que o preço da cebola aumente, garante Salvador.
“Este é um dos gargalos na estrutura da cadeia produtiva e traz, como consequência, o aumento no custo de produção”, afirma o engenheiro.
Apesar de perda, preço anima
Mesmo as perdas na safra não foram capazes de desanimar os produtores, que se animam com o preço em alta. Salvador ressalta que o quadro de escassez do produto elevou o preço da cebola no mercado este ano, compensando as perdas aos produtores.
Em fevereiro, os agricultores receberam em média R$ 38,66 por saca – preço bem acima do custo variável de produção, que é R$ 14 a saca. “Esse quadro está demonstrando bons ganhos para o setor”, diz o engenheiro do Deral.
A cebola é uma das principais hortaliças cultivadas no Paraná, com uma produção estimada de 100.526 toneladas nesta safra (2015/16). A cultura está presente em 130 municípios do estado e envolve cerca de 3.800 produtores, conforme o governo.
Fonte: G1
Fonte: Canal do Produtor