O Departamento de Economia Rural (Deral), vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná, prevê queda de 10% na área paranaense de trigo 2016, que começa a ser semeada em meados de abril. A estimativa inicial do Deral é de plantio de 1.198,2 mil hectares, ante os 1.337,6 mil hectares cultivados no ano passado.
Os écnicos do Deral observam que a decisão dos triticultores paranaenses em diminuir a área se deve principalmente a dois fatores: a melhor rentabilidade proporcionada pelos preços do milho e o baixo interesse dos moinhos pelo trigo nacional.
Eles explicam que devido à produtividade superior do milho, os preços de trigo deveriam estar aproximadamente 1,8 vezes acima dos valores atuais para que a rentabilidade entre as duas culturas se equivalesse. A relação atual de 1,2 entre os preços tornar o milho o favorito, “com o trigo ocupando áreas apenas onde o milho não seja semeado devido às limitações climáticas”.
Segundo os técnicos a demanda interna pelo cereal nacional continua tímida, “pois mesmo neste período de entressafra as cotações brasileiras em dólar continuam se mostrando bastante descontadas em relação ao mercado externo”.
Eles comentam que o desconto (em relação ao exterior) mostra que há um baixo interesse dos moinhos pelo cereal nacional, seja pela expectativa de aquisições futuras com câmbio mais favorável, seja pela expectativa de cotações internacionais ainda menores. “Com as cotações demorando a reagir, aumenta a aversão ao risco dos produtores, que vem no trigo apenas um complemento de renda à safra de verão”, dizem os técnicos.
Outro fator apontado pelos analistas do Deral é o desânimo de muitos produtores que enfrentaram reduções de produtividade e renda no ano passado, em virtude especialmente das chuvas na colheita, e também a maior dificuldade de acesso ao seguro agrícola na safra atual.
Fonte: Revista Globo Rural
Fonte: Canal do Produtor
