Os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, que integram a região do Matopiba e juntos concentram mais de 10% da área plantada com soja no Brasil, também foram impactados pelos efeitos de uma safra ‘atípica’, conforme destacado em outras regiões do país, a despeito das irregularidades climáticas relacionadas ao El Niño.
- A análise de risco [da INTL FCStone] reforça a tendência de quebra de produtividade que foi verificada nas visitas a campo e também nos dados climáticos – avalia a Coordenadora de Inteligência de Mercado da INTL FCStone, Natália Orlovicin, em relatório ‘Giro da Safra IV – MATOPIBA’ divulgado nesta quarta-feira (23).
A consultoria estima que a produtividade média da região seja menor do que a esperada inicialmente, com rendimento de 41,6 sacas por hectare, o que representa uma queda de 12% em relação ao ano passado.
Isso porque, apesar do mês de janeiro ter registrado um grande volume de precipitações, o clima voltou a ficar extremamente seco em fevereiro, prejudicando as lavouras que são plantadas mais tardiamente nesta região.
- A fase de enchimento de grãos, que mais necessita de umidade, se concentrou no mês de fevereiro, que voltou a ter clima muito seco – explica Natália.
No Piauí, onde a produtividade estimada é mais reduzida em relação aos demais estados do Matopiba e a variabilidade nos rendimentos tende a ser maior, o ciclo 2015/16 deve resultar em 37,8 sacas por hectare, uma consequência do mês de fevereiro mais seco, que acumulou 45 mm, em um momento que a planta demandava umidade.
Já com relação às demais praças da fronteira agrícola, os rendimentos devem variar entre 41 e
45,8 sacas por hectare, um resultado abaixo do potencial já atingido. Além da safra mais enxuta causada pela seca, o clima adverso do início do ciclo no Matopiba também levou a uma mudança repentina na tendência de expansão de área de oleaginosa, com produtores migrando para o cultivo do milho.
Fonte: INTL FCStone