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CHAMANDO A ATENÇÃO

Atenta aos problemas que a cultura da soja enfrenta no país com pragas, doenças e plantas daninhas que acarretam grandes perdas de produtividade, a Embrapa mais uma vez sai na frente e disponibiliza aos produtores cultivares com múltiplas resistências a diversas pragas e doenças, como nematóides e outros que preocupam os sojicultores. Tecnologias que foram apresentadas aos produtores, técnicos e estudantes de Rondônia durante os Dias de Campo de Soja, realizados em três regiões e municípios do estado – Vilhena, Castanheiras e Porto Velho, e que reuniram cerca de 350 produtores, técnicos e estudantes.

Uma novidade deste ano apresentada durante os eventos e que acaba de chegar ao mercado é o Sistema Cultivance, desenvolvido pela Embrapa em parceria com a BASF. É o primeiro cultivo geneticamente modificado totalmente desenvolvido no Brasil, desde as pesquisas em laboratório até a sua comercialização. O Sistema combina cultivares de soja geneticamente modificada e com grande potencial produtivo ao uso de um herbicida com amplo espectro para controle de plantas daninhas de folhas largas e estreitas de difícil controle, configurando, assim, um novo sistema de produção. O resultado dessa parceria é uma opção inovadora para os produtores brasileiros, que passam a contar com esse novo sistema de manejo.

De acordo com o pesquisador da Embrapa, Rodrigo Brogin, o programa de melhoramento de soja da Embrapa se destaca pelo cuidado com o desenvolvimento de cultivares que atendem muito bem à questão de sanidade, agregando a elas resistência a pragas, doenças e plantas daninhas.

- A Embrapa desenvolve cultivares resistentes à ferrugem, por exemplo. Estamos percebendo que muitos fungicidas estão perdendo a eficiência e a Embrapa está se antecipando a isso – explica Brogin.

Cabe destacar que a Embrapa conta com um dos bancos de germoplasma de soja mais completos do mundo.

Em Rondônia problemas com sanidade nas lavouras começaram a chegar há pouco tempo, mas já preocupam.

- Muitas pragas e doenças não tinham em Rondônia, agora já tem. É preciso que os produtores fiquem muito atentos à ferrugem e nematóide de galha, podem causar grandes prejuízos – alerta o pesquisador, complementando que é preciso que os sojicultores realizem um manejo adequado e escolham cultivares com resistência a estes problemas e que agregam mais rendimento à produção.

A soja para recuperação de pastagem

Enquanto o plantio da soja está consolidado no Cone Sul de Rondônia, nas demais regiões a expansão está ocorrendo, principalmente, sobre áreas de pastagens degradadas que apresentam baixos índices produtivos. De acordo com o pesquisador da Embrapa Rondônia, Vicente Godinho, estima-se que mais de 70% das áreas de pastagem do estado estão com algum grau de degradação e a soja vem como uma alternativa para a recuperação destes solos, no sistema de integração lavoura-pecuária (ILP).

Para o produtor Wilson Alcântara, de Vilhena,

- Não tem como existir pecuária sem agricultura, uma incrementa a outra – afirmou.

Com isso ele reforça o argumento de voltar a trabalhar com a agricultura, pois atualmente está se dedicando à pecuária.

- O conhecimento é fundamental, a agropecuária não tem mais espaço para amadores. Temos que nos atualizar e quem abriu os olhos da gente para isso foi a Embrapa, já á muitos anos – conta Wilson, ao final do Dia de Campo de Soja em Vilhena.

- Anualmente há novas áreas onde está sendo introduzida a cultura da soja e isto faz com que a escolha de cultivares adaptadas e adequadas para cada situação seja uma etapa que impactará significativamente nos resultados finais e na lucratividade – argumenta o chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Rondônia Frederico Botelho, comentando que nas regiões Norte e Central de Rondônia, a soja está sendo introduzida em áreas de pastagem degradada, recuperando áreas sem avançar sobre a floresta.

A soja em Rondônia

Segundo dados do levantamento de fevereiro de 2016 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), houve um aumento de 5,8% na área plantada de soja em Rondônia para a safra 2015/16. Além disso, em Rondônia o grão possui produtividade média de 3.166 kg/ha (Safra 2014/15), superior à média nacional que foi de 2.998 kg/ha na mesma safra. De acordo com Botelho, enquanto na região do Cone Sul do estado as áreas de soja já estão consolidadas e os produtores estão em busca de cultivares que potencializem a semeadura da safrinha (segunda safra com milho, sorgo, girassol e outras culturas) em épocas mais propícias para obter maior produtividade, as regiões Centrais e Norte de Rondônia estão em expansão.

O pesquisador Vicente Godinho destaca o avanço da soja para a região Norte do estado.

- A estrutura fundiária com grandes áreas, a topografia adequada para a produção da soja e a proximidade com o porto de Porto Velho são algumas das vantagens que estão fazendo com que o grão chame a atenção dos produtores para esta região. Para se ter ideia, o custo de uma saca de soja chega a ser de quatro a cinco reais menor pela proximidade com o porto – afirma

Fonte: Embrapa



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