O setor cafeeiro vive boas perspectivas para este ano. O clima favorável, a demanda aquecida e bons preços para a exportação garantem o otimismo do segmento.A expectativa é encerrar a safra 2015/2016 com produção de até 52 milhões de toneladas, ante a demanda, entre o consumo interno e exportações, avaliada em até 56 milhões de toneladas. Com a escassez de oferta e seca em parte dos estados de São Paulo e Minas Gerais, o preço do café brasileiro deve subir no mercado e os estoques chegar baixos em 2017, avalia o presidente da Cooxupé, Carlos Paulino.
O preço está na dependência do estoque. Em certos momentos pode haver especulação, mas ao longo dos anos, fundamento , disse. Ninguém consegue revogar a lei da oferta e da procura. O Brasil é um mercado importante, com produção de 30% do café mundial , continuou.
Um dos exemplos de bom desempenho é do produtor José Messias da Silva, 55 anos. Voltada a produção café, sua propriedade possuí 4 hectares, em Caldas, no Sul de Minas. Ele relata não ter enfrentado problemas climáticos nesta safra, e que as chuvas ajudaram na formação dos grãos. A safra foi muito boa na nossa região. A lavoura está bem estruturada, está muito bom , destacou. Messias da Silva ainda toca uma propriedade de 10 hectares de café em Cabo Verde, .
Já para Alexandre Ferreira Maroti, dono de uma propriedade de 100 hectares em Nova Resende, no Sul de Minas Gerais, espera um preço melhor do grão. Aprodução no ano passado foi baixa, neste ano já começou melhor. Não é uma produção exagerada, não está sobrando café e esperamos um preço melhor , destaca.
O preço dos insumos, que muitas vezes são importados, impacta diretamente no bolso do produtor. O aumento no custo foi muito alto. Para nós, foi muito ruim. Em uma tonelada de adubo, eu pagava cerca de R$ 700 no ano passado. Agora, são R$ 1.000 pela mesma quantidade , reclama Messias da Silva.
Maroti vai na mesma linha. Os insumos têm aumentado bastante os custos de produção. Gastamos cerca de 30% a mais nesse ano , critica.
Máquinas
A indústria voltada para os pequenos produtores de grãos, em especial os de café, vivem boas perspectivas para o ano de 2016 – contrariando o mercado voltado para os grandes players. Na Feira de Máquinas, Implementos e Insumos Agrícolas (Femagri), que se encerra hoje, em Guaxupé, a estimativa é que o volume de negócios cresça até 20%, atingindo até R$ 140 milhões.
Para o presidente da Pinhalense, Reymar Coutinho de Andrade, que comercializa diversas máquinas para o processamento de grãos, como café, feijão e cereais, os investimentos dos pequenos produtores em um momento de dificuldade econômica e restrição de crédito visa o aumento da produtividade.
Nós vemos número ruins nas vendas de colheitadeiras para as grandes propriedades, mas quando se fala do pequeno produtor, estamos na contramão do mercado , afirma.
Fonte: DCI
Fonte: Canal do Produtor