O Paraná entra na reta final da colheita da safra de verão mas os produtores seguem monitorando constantemente os termômetros e pluviômetros. A preocupação agora se concentra nas áreas de safrinha, que dependem de um clima sem sustos para garantir boas produtividades. O caso mais emblemático é o do milho segunda safra que, com 83% da área já semeada no estado, pode ficar vulnerável a ocorrência de geadas previstas para o mês de maio. A avaliação dos meteorologistas é de que, com um inverno ”normal”, diferente do que ocorreu nos últimos dois anos, as temperaturas mais baixas podem ampliar ainda mais as incertezas.
De acordo com o meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia, Luiz Renato Lazinski, os últimos dois invernos foram mais quentes do que o normal, mas este ano teremos um clima típico da estação, com possibilidade de geadas em algumas regiões do Estado.
- As áreas mais altas da região Centro-Sul e o Oeste tem mais chance de registrar geadas em maio. Mas se os produtores semearem a safrinha dentro da janela, o risco de a geada trazer estragos é menor – diz. Já no Norte do Estado as chances de atingir o milho safrinha são pequenas.
Segundo a meteorologista da Somar, Nadiara Pereira, com o enfraquecimento do El Niño – fenômeno que trouxe excesso de chuvas para o Paraná e atrapalhou a colheita da soja no verão – as precipitações devem diminuir de intensidade em todo o Centro-Sul nos próximos meses. Para o inverno é esperada uma condição de neutralidade climática, o que deixará a estação com temperaturas mais baixas do que o ano passado, que foi bastante atípico.
- As ondas de frio serão mais intensas, frequentes, persistentes e acontecerão mais cedo. Já a partir de abril podemos registrar quedas de temperatura, mas com risco geada apenas em maio – explica.
O quadro já motiva um sinal de alerta no campo.
- Existe, claro, uma grande preocupação dos produtores pois dependendo da intensidade do frio e de qual fase de desenvolvimento das lavouras vai ser atingida, pode comprometer a safra. Os agricultores precisam se precaver e plantar dentro da janela ideal, mas sempre haverá riscos – afirma o economista do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab), Marcelo Garrido.
Fonte: Gazeta do Povo