No centro-oeste de Minas, parte dos suinocultores está trabalhando no vermelho. A alta do milho e do farelo de soja tem impactado nos custos da ração. Em uma granja que fica em São José da Varginha são onze mil animais. O dono reclama que em quinze anos, este é um dos piores momentos do setor.
- O custo do suíno de cem quilos hoje é R$ 380. Nós vendemos por R$ 350. Ou seja, um suíno de cem quilos dá R$ 30 de prejuízo – diz o criador Hélio Ferreira do Couto.
Na região o farelo de soja é comprado por R$ 1.100 a tonelada. Na comparação com o mesmo período do ano passado, a alta foi de quase 30%. O milho também teve reajuste: a saca de 60 quilos, que era negociada na região a R$ 25, agora é vendida por R$ 43.
Donizetti do Couto é representante da cooperativa dos granjeiros do oeste de Minas que tem aproximadamente 150 associados. Ele diz que vários fatores contribuem para essa alta.
- O que aconteceu foi em função dessa desvalorização do real frente ao dólar. Automaticamente o preço dessa matéria prima internamente ficou alto – falou.
Hélio Ferreira do Couto diz que tem substituído o milho por sorgo.
- Em uma atividade dessa de 5% a 10% na redução do custo na ração é bastante significativo – afirmou.
Em outra granja em Pará de Minas a situação é a mesma e ainda tem outro fator complicador. Por causa da Quaresma, o produtor percebeu que o consumo de carne suína caiu. Ele está tendo dificuldade de negociar o produto no mercado. Por isso, projetos como a ampliação da automação estão sendo adiados.
Fonte: G1 – Globo Rural