A colheita de soja em Mato Grosso, principal Estado produtor de grãos do país, já alcança dois terços da área plantada e até o momento as produtividades têm se mantido no mesmo nível registrado na temporada passada, informou nesta sexta-feira o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Os trabalhos avançaram esta semana para 65,9 por cento da área, ante 52,5 por cento na semana passada, e 67,1 por cento um ano atrás.
A produtividade média registrada na última semana ficou em 52,14 sacas de 60 kg por hectare, praticamente idêntica à vista no mesmo período da temporada anterior.
No fim do ano passado, grandes irregularidades nas chuvas no Centro-Oeste chegaram a colocar em dúvida o tamanho da safra de Mato-Grosso, que representa um terço da produção nacional.
A regularização das precipitações em boa parte das áreas ao longo de janeiro e fevereiro parecem ter permitido uma ampla recuperação das condições das lavouras.
A dúvida dos agricultores volta-se agora para o rendimento das lavouras de ciclo tardio, algumas das quais ainda estão na fase crucial de enchimento de grão, segundo o diretor técnico da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja MT), Nery Ribas.
- Na região leste do Estado, as chuvas deram uma escasseada, não pararam, mas há altas temperaturas. Isso pode influenciar a produtividades – disse Ribas.
Por outro lado, a previsão do tempo indica chuvas prolongadas na região para os próximos dias.
- No Mato Grosso, Goiás e em Minas Gerais, o tempo seguirá mais fechado e com chuvas a qualquer hora do dia não só nesta sexta-feira, mas durante os próximos dez dias – disse o agrometeorologista da Somar Meteorologia, Marco Antônio dos Santos.
- Isso poderá atrapalhar e até mesmo inviabilizar os trabalhos de colheita da soja… podendo gerar algumas perdas pontuais, pelo excesso de umidade sobre as plantas. Tempo aberto, somente no início da próxima quinzena – completou Santos.
GOIÁS
Em Goiás, Estado vizinho a Mato Grosso e que ocupa a quarta posição no ranking dos produtores de soja, o clima desde o início do ano tem permitido boas surpresas para os produtores rurais, apesar do atraso no plantio e um início de safra com chuvas abaixo da média.
- Como este é um período crucial para determinar a produtividade da soja, já que predomina a fase de enchimento de grãos, o potencial produtivo se recuperou e os resultados têm surpreendido os agricultores – disse a coordenadora de Inteligência de Mercado da consultoria INTL FCStone, Natália Orlovicin.
A FCStone disse que as chuvas de janeiro e fevereiro permitiram um crescimento vegetativo de saudável em Goiás.
- A maior parte das microrregiões produtoras do Estado apresenta um ‘baixo risco’ associado a perdas de produtividade por causa do clima – completou a analista.
Na quarta-feira, a FCStone elevou sua estimativa para a safra brasileira de soja, a 98,6 milhões de toneladas, ante 98 milhões de toneladas do relatório em janeiro, principalmente por melhorias na projeção para Goiás.
Fonte: Reuters