Após início de ano dos mais desafiantes – redução superior a 16% na cotação em apenas três semanas de janeiro, quase 1% ao dia – o frango vivo ainda permaneceu com suas cotações extremamente defasadas por boa parte de fevereiro. Ou seja: só iniciou a recuperação de preços nas proximidades da virada da primeira para a segunda quinzena. Foi quando – em um processo desenvolvido em apenas seis dias sucessivos de negócios – registrou ganho de 12% em relação ao valor inicial do período.
Mas, claro, recuperou apenas parcialmente o que perdeu em janeiro. Tanto que seu preço médio em fevereiro apresentou redução de 3,9% sobre o mês anterior. Mas não só. Pois ainda que a média do mês tenha sido quase 13,5% superior à de um ano atrás, esvaiu-se totalmente no custo, exacerbado por uma elevação anual de mais de 50% nos preços do milho.
E essa, tudo indica, é uma das sinas com que o produtor terá que conviver em boa parte deste ano. Pois, para o curto e médio prazos, não há indicativos de que os preços internos do milho retornem a patamares condizentes com o atual estágio econômico brasileiro.
Por sinal, aí se encontra a outra parte (enorme) do problema: a degradação contínua do poder aquisitivo do consumidor. Porque a inflação elevada persiste, mas principalmente porque diminui significativamente a população economicamente ativa, aquela que dispõe de capacidade aquisitiva, inclusive para consumir o frango.
Embora os dados relativos ao potencial de produção do setor sejam escassos, há indicações de que a capacidade instalada teve crescimento moderado, atendo-se ao suficiente para, de um lado, continuar atendendo o crescimento das exportações vindo de 2015 e, do outro lado, responder à demanda interna com um percentual levemente superior ao crescimento vegetativo da população.
Em outras palavras, a avicultura comprovou sua maturidade, agindo dentro dos parâmetros recomendados pela economia. O problema, agora, “são os outros”. O custo em disparada e o consumo em recessão, sobretudo. Vai ser preciso apertar os cintos.
Fonte: Avisite
Fonte: Canal do Produtor