A physalis é uma fruta com diversas características benéficas para a saúde. Ela ganhou destaque na mídia e tem potencial econômico para uma produção no cerrado. Sobre o assunto, o programa Brasil Rural conversou com Raphael Melo, pesquisador da Embrapa, sobre as pesquisas que irão nortear a produção da cultura no centro do país.
Ele explicou que, no Brasil, existem duas realidades do gênero physalis, que possui várias espécies. Uma delas é nativa e não domesticada. Ela tem uso restrito às comunidades tradicionais e a medicina popular, portanto não tem exploração comercial. A outra espécie é a physalis peruviana e é ela que se encontra nos mercados e sacolões. Ela ganhou popularidade ultimamente por suas propriedades.
Segundo Raphael Melo, a physalis é muito rica em vitaminas e possui propriedades antimicrobianas e anti-inflamatórias, entre outras. Além disso, ela tem um apelo visual e é popular na decoração e ornamentação de pratos e doces finos. O sabor diferente e exótico também ajudou a conquistar o interesse da população.
O consumidor cada vez mais se preocupa com a alimentação saudável e produtor pode explorar esse nicho e usar esse espaço para explorar comercialmente determinada cultura. A physalis começou a ganhar popularidade, mas não havia resultados de pesquisa para estabelecer bases para o cultivo dela no Cerrado. A Embrapa promoveu, então, uma pesquisa e uma primeira experiência com a planta na região com objetivo de dar os primeiros passos no sistema de produção para que o produtor tenha técnicas para fazer o cultivo da espécie.
O pesquisador contou que um dos maiores desafios é a condição climática.
“O grande desafio é que na nossa região, nós temos uma condição que não seria a mais adequada para a espécie em termos de temperatura e de umidade em determinados períodos do ano. O maior produtor exportador de physalis é a Colômbia e nesse país ele é produzido em regiões de altitude que tem um clima mais ameno e solos muito férteis. Aqui na nossa região a gente tem períodos do ano em que a umidade é muito baixa e nós temos temperaturas muito altas, o que seria uma condição adversa pra cultura”.
Outro desafio é a forma de conduzir a cultura já que a planta tem galhos que tendem a deitar.
Na pesquisa, o cultivo foi feito em campo e mesmo com períodos de temperaturas altas e umidade baixa a cultura conseguiu ter com uma produtividade considerável. Ela não foi tão alta quanto a da Colômbia, que produz em um sistema intensivo e com um grande uso de insumos, mas ainda existe a possibilidade de incrementos para atingir uma produtividade próxima a desses locais de referência.
A intenção ainda é aprimorar as formas de manuseio e condução da planta e outros aspectos do sistema de produção. Ao final disso, a Embrapa fornecerá bases do cultivo de physalis para o produtor ou técnico extensionista.
Fonte: EBC
Fonte: Canal do Produtor
