Goiânia / Goiás (24 de fevereiro de 2016) - A agropecuária é um dos setores que mais têm contribuído para o desenvolvimento econômico do Brasil, e nos últimos dois anos, sendo o único setor a incrementar o Produto Interno Bruto (PIB). Entre as atividades do agro, a pecuária de corte vem se destacando, mas alguns gargalos vêm dificultando o avanço da cadeia. Buscando reverter essa situação, a Comissão de Pecuária de Corte da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG), reuniu na última sexta-feira (19), na sede da entidade, para traçar estratégias.
De acordo com o presidente da Comissão, Mauricio Velloso, grande parte dos pecuaristas ainda praticam uma pecuária sem o devido planejamento. “O que precisamos é de um setor mais unido, mais profissionalizado, onde a maioria dos pecuaristas tenham acesso ao conjunto de tecnologias que garantam rentabilidade e sustentabilidade ao sistema produtivo e as incorporem ao seu negócio”, disse.
Outro ponto levantado ao longo da reunião, diz respeito a capacitação dos pecuaristas para a utilização das ferramentas disponíveis a uma comercialização mais sustentável e segura. “Acho que uma das possíveis soluções para a cadeia evoluir está na capacitação completa das pecuaristas”, destacou o gerente executivo da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon), Bruno de Jesus Andrade.
Para o pecuarista, Wagner Miranda, a palavra de ordem é planejamento. “Cada dia nosso setor pode melhorar e buscar alternativas para avançar, tanto na comercialização, desde o processo de cria e recria, até a hora do abate”, pontuou Wagner, que também é presidente da Associação Goiana dos Criadores de Zebu (AGCZ).
Além disso, foi discutido também a formalização das vendas de gado, projeto de combate a carne clandestina, marketing da carne, evolução do Programa Pesebem e as ações da Comissão Nacional de Pecuária de Corte.
Transformando pecuaristas em produtores de proteína
Segundo Schreiner, ExpoPec quer transformar pecuarista em produtor de proteína. Foto – Fredox Carvalho / Texto: Michelle Rabelo
Encabeçando a lista de fatores que fizeram com que o setor agropecuário, regional e nacionalmente, se desenvolvesse, a incorporação de novas tecnologias é figurinha carimbada em qualquer debate que envolva o futuro econômico do Brasil. Pensando nisso, a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) desenhou um projeto que nesta segunda-feira (22) saiu oficialmente do papel. Trata-se da Exposição das Tecnologias Voltadas ao Desenvolvimento da Pecuária (ExpoPec), cujo lançamento aconteceu na sede da entidade sob olhares de representantes do setor, produtores e jornalistas. O objetivo do evento, que acontece entre 31 de março e 3 de abril em Porangatu, é divulgar as tecnologias voltadas ao aprimoramento da produção de carne no centro-oeste, além de discutir e apresentar o que tem de mais novo no mercado nacional e internacional.
“Foi por conta da incorporação de novas tecnologias ao agro que conseguimos avançar tanto. Há 30 anos atrás, por exemplo, nós abatíamos um boi com 4 anos e meio. Hoje isso acontece quando o animal tem cerca de 1 anos e meio ”, disse o presidente da Faeg, José Mário Schreiner, ao dar boas vindas aos presentes. Ele responsabiliza essa incorporação pela alta competitividade agropecuária adquira pelo país. “Já caminhamos muito, porém a estrada ainda é longa. Nosso desafio agora é transformar pecuaristas em produtores de proteína, ou seja: tecnificar e qualificar ao máximo esse produtor”. Schreiner esclarece que com o evento Faeg e entidades parceiras pretendem colocar a pecuária do estado de Goiás em debate. Para isso um time de especialistas ministrarão palestras durante os quatro dias da ExPopec.
Mesmo com a gama de informações disponibilizadas durante a Exposição, para Schreiner o maior desafio é levar essa tecnologia ao pequeno produtor. “Eu diria que hoje nós temos uma média de 15% de produtores que seguem bem sintonizados, tendo acesso à tecnologias. Mas e os outros 85%? É aí que entra a necessidade de darmos as mãos – iniciativa privada, governos federal, estadual e municipal, para inserir essas pessoas no processo produtivo. Para isso precisamos de uma rede de assistência técnica com excelência e de iniciativas como a ExpoPec”, explica, aproveitando para fazer referência a representatividade da pecuária goiana.
Maurício Velloso, fez questão de destacar a importância das novas tecnologias para o desenvolvimento da atividade. Goiás ocupa hoje a 3ª posição no ranking de maior rebanho bovino do Brasil com mais de 21 milhões de cabeças de gado. Com relação ao rebanho suíno, Goiás é o 5º maior produtor com um plantel de aproximadamente 2.016.940 animais. O estado conta ainda com um rebanho aproximado de 156.000 ovinos.
Assim como Schreiner, durante o lançamento, o presidente da Comissão de Pecuária de Corte da FAEG, Maurício Velloso, fez questão de destacar a importância das novas tecnologias para o desenvolvimento da atividade. “Tecnologias desenvolvidas por todos os setores de pesquisas – não apenas governamental, mas de iniciativa privada, que conseguem conferir a pecuária uma forma mais racional dela acontecer. Isso acaba de formando uma forma consistente e de trazer mais rentabilidade, precocidade e sustentabilidade ao sistema”.
Ele aproveitou para justificar a criação da Exposição, cuja ideia surgiu de um estudo feito em 2015 que apontou uma disparidade no nível dos produtores da região. “Para tanto, o objetivo de todos os organizadores da feira é democratizar o conhecimento para elevar o nível da atividade na região”, destaca, fazendo questão de elencar como primordial o fato de o pecuarista ter, cada vez mais, mais ciência de todas as ferramentas que ele tem para exercer sua pecuária.
Temas e abordagens
Durante os quatro dias de evento, quem comparecer ao município de Porangatu poderá participar de discussões e sugestões de políticas públicas para a cadeia produtiva da carne, palestras com renomados consultores do mercado, lançamento e demonstração de novos produtos, equipamentos e serviços. rodadas de negócio e festival da carne.
Compõem alista de temas debatidos durante a ExpoPec: organização política e desenvolvimento, valorização da mão de obra como agente de produtividade, sanidade alimentar, barreiras comerciais e os desafios sanitários da pecuária, a pegada natural da pecuária – mitos e realidade sobre emissão de gases e uso da água, suplementação, ferramentas de comercialização, entre outros.
O evento conta com o apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (SENAR Goiás), do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), da Caixa Econômica Federal (CEF), da Associação Goiana dos Criadores de Zebu (AGCZ), da Associação Goiana de Suinocultores (AGS), da Associação dos Produtores do Vale do Araguaia (Aprova) e da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon).
Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás – FAEG
sistemafaeg.com.br
Fonte: Canal do Produtor