Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) apontam que o Brasil embarcou, em média, 8,24 mil toneladas de suco de laranja por dia em janeiro, um incremento de 32,1% em relação ao mês anterior. Empresas de consultoria, como a Scot e a Tendências, apostam na expectativa de continuidade das exportações em alta e em preços firmes para o produtor brasileiro por causa da redução da safra do estado norte-americano da Flórida, maior produtor mundial de laranja, e do câmbio favorável à exportação.
Nas previsões da Tendências, para a média do ano, as projeções apontam para aumento de 14,7% no preço interno da laranja e de 5,0% para a cotação do suco no mercado internacional. O aumento do custo doméstico de produção da laranja – com adubos e fertilizantes, combustíveis e energia elétrica – também tende a contribuir para alta dos preços neste ano.
Nos EUA, os preços do suco de laranja já dispararam desde o início das nevascas de janeiro e atingiram, na bolsa de Nova York, o mais alto patamar em 3 anos e meio. A valorização favorece os produtores brasileiros, que respondem por 85% das exportações mundiais de suco de laranja
Além do frio rigoroso que afetou as plantações, nos últimos anos os produtores de laranja dos Estados Unidos estão perdendo a corrida para o greening (HLB), doença que vem provocando a erradicação de plantas.
Pelo que mostram os dados do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e Abastecimento (Seab), no noroeste do Paraná, onde estão os principais laranjais do Estado e cinco indústrias de suco, o valor médio recebido pelo produtor pela laranja de mesa em janeiro fechou em R$ 16,62 a caixa de 20 quilos, contra R$ 15,53 em dezembro e R$ 13 em janeiro do ano passado. Já a laranja destinada ao esmagamento o preço é o mesmo, porém a caixa é de 40,8 quilos.
Para o coordenador de Sanidade da Citricultura da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), da Secretaria da Agricultura, agrônomo José Croce Filho, a tendência de aumento nos preços acontece em um momento em que a citricultura paranaense está em processo de redução. Segundo ele, houve queda de 12 milhões de laranjeiras para 10 milhões nos últimos 2 anos. A quantidade de produtores e a área plantada está caindo porque as lavouras da região vêm tendo problemas com o greening, doença de origem asiática que ataca as plantas e provoca a redução, deformação e queda dos frutos. A doença obrigou vários produtores da região a erradicar parte de seus plantéis e muitos preferiram arrendar suas terras para o plantio de cana-de-açúcar. Foiram os casos de Remer Wilson Zacharias, de Nova Esperança, Valter Fidélis, de Mandaguaçu, e José Jarbas Fardim, de São Jorge do Ivaí.
Fonte: O Diário – 23/02/2016
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