A semana começa positiva para os preços da soja na Bolsa de Chicago. As cotações da oleaginosa, por volta das 7h30 (horário de Brasília) desta segunda-feira (22), subiam entre 6 e 6,25 pontos, levando os contratos mais distantes a superarem os US$ 8,90 por bushel novamente.
Os traders internacionais acompanham ainda a conclusão da safra da América do Sul, na medida em que acompanha as primeiras especulações da temporada dos Estados Unidos, já que entre os dias 25 e 26 de fevereiro, próximas quinta e sexta-feira, acontece o USDA Agricultural Outlook Forum que traz as primeiras projeções oficiais para a campanha 2016/17.
Paralelamente, a primeira sessão da semana é positiva ainda para as ações chinesas, que fechou a sessão desta segunda com altas de mais de 2%, registrando suas máximas em quatro semanas. "Os investidores comemoraram a decisão de Pequim de substituir o chefe do principal regulador de valores mobiliários e sinalizar que o governo está aumentando seus esforços de estímulos econômicos", informou a agência de notícias Reuters.
Veja como fechou o mercado na última semana:
Soja: Semana fecha com 25% da área colhida no BR e alta de mais de 2% dos preços no interior
A semana termina, nesta sexta-feira 19 de fevereiro, com cerca de 25% da área plantada com soja em todo o Brasil já colhida, segundo o último levantamento da França Junior Consultoria. Ao lado da variação do câmbio, esse foi o foco do mercado nacional nos últimos dias. E, no balanço semanal, o resultado foi, mais uma vez, positivo tanto para os preços praticados no interior do país, quanto nos portos.
Nas praças de Mato Grosso, os preços da soja fecharam a semana com ganhos de mais de 2,4% e terminaram os negócios com R$ 63,00 em Tanagrá da Serra e R$ 62,50 por saca em Campo Novo do Parecis. Em São Gabriel do Oeste/MS, alta de 1,56% para R$ 65,00 e em Não-Me-Toque/RS, o valor foi a R$ 72,00, subindo 1,41%. No Paraná, as cotações exibiram estabilidade em Ubiratã e Londrina, fechando com R$ 69,50, e em Cascavel, queda de 0,72% para R$ 69,00.
Há de se destacar, porém, que algumas regiões do país têm ofertado valores que pagam ainda melhor os produtores brasileiros do que a liquidação na exportação. A demanda interna, como explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, é forte – já que o momento é positivo para as indústrias processadoras dado o cenário para o farelo e o óleo de soja, resultando em uma busca maior por matéria-prima nesse momento.
No porto de Paranaguá, balanço semanal positivo também para a soja tanto disponível quanto da nova safra, com entrega para março, com valores de R$ 80,50 e R$ 79,50, respectivamente, subindo 1,90% e 1,27% Já no de Rio Grande, altas de 1,37% e 1,46%, para R$ 81,10 e R$ 83,20.
Segundo Flávio França Junior, os trabalhos avançaram bem na última semana e superaram, dessa forma, os índices do ano passado. "A colheita segue mantendo ritmo mais
rápido do que os 21% anotados em igual momento de 2015, e também sobre os 22% da média normal para cinco anos".
E é na conclusão desses trabalhos que os produtores brasileiros estão focados agora, deixnando, por mais uma semana, o ritmo das vendas bastante lento, com operações apenas pontuais e sem evolução. Assim, o restante da comercialização da safra 2015/16, segundo acreditam analistas, deve dar-se somente com a colheita mais evoluída e, principalmente, diante de um horizonte mais claro sobre a situação econômica do país.
Nesta semana, a agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou, novamente, a nota de crédito do país e intensificou as preocupações com os desafios que o governo tem adiante e trouxe ainda mais especulação sobre o futuro do dólar frente ao real neste cenário. "A comercialização do restante da safra 2015/16 de soja do Brasil vai se dar sobre a taxa de câmbio", afirmou o diretor de inteligência do mercado de grãos da Cerealpar, Steve Cachia.
Nos últimos dias, a moeda norte-americana trabalhou com intensa volatilidade, porém, retomou o patamar dos R$ 4,00, sendo a principal responsável pela manutenção dos valores pagos pela soja brasileira ainda atrativos, bem como mantém ainda sua clara competitividade frente a seus maiores concorrentes, especialmente os EUA.
Na semana, a divisa acumulou um ganho de 0,83% e fechou a sessão desta sexta-feira (19) cotada a R$ 4,0227. No pregão, porém, a moeda perdeu 0,65%. "O mercado estava muito agitado nesta semana e agora precisa diminuir a marcha um pouco, recarregar as energias", disse o operador da corretora Intercam Glauber Romano à agência de notícias Reuters.
Bolsa de Chicago
Na Bolsa de Chicago, a semana foi mais curta já que, na última segunda-feira (15), foi comemorado o Dia do Presidente e as operações por lá não aconteceram. Assim, no balanço final, menos sessões e oscilações ainda mais tímidas do que as registradas anteriormente.
As posições mais negociadas fecharam com pequenas altas que variaram de 0,40% a 0,63%, e a primeira delas, novamente, abaixo dos US$ 8,80 por bushel e valendo US$ 8,78. Já o maio/16, que atua como referência para a safra do Brasil, terminou com US$ 8,80.
"A falta de novos fundamentos que incentive os fundos de investimento a direcionarem novos movimentos tem tirado o brilho dos negócios em Chicago. Com uma posição bem carregada de contratos vendidos no grão, os fundos precisam estar convencidos e embasados para seguirem na linha de venda", explica a analista de mercado Andrea Sousa Cordeiro, da Labhoro Corretora. "Na dúvida, toda e qualquer oportunidade de rally está sendo aproveitada pelos fundos", completa.
Sem novidades, o mercado internacional, que já conhece seus fundamentos, cria essas oportunidades, ainda como explica Andrea, à espera da conclusão da safra da América do Sul e sobre as notícias que chegam do mercado financeiro internacional, as quais também trazem volatilidade.
Fonte: Notícias Agrícolas
Fonte: Canal do Produtor