Chegou ao fim, mais uma edição da maior feira de produtos orgânicos do mundo, a Biofach. Realizado em Nuremberg, na Alemanha, o evento reuniu durante quatro dias produtores orgânicos de todo o mundo. O Brasil foi representado por oito cooperativas que mostraram o trabalho e sabores da agricultura familiar no estande montado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Para os expositores o saldo da 12ª participação brasileira foi positivo.
Durante todo o evento, os agricultores receberam apoio do MDA. O analista de Comércio Exterior da Assessoria para Assuntos Internacionais e de Promoção Comercial do MDA, Yuri Balzani, acompanhou tudo de perto.
Segundo ele, o sucesso da participação das cooperativas mostra o crescimento da produção orgânica da agricultura familiar brasileira, que a cada dia ganha maior expressão no mercado internacional.
- Três cooperativas fecharam negócios, durante a feira, e a gente avalia que isso é bem relevante – destaca Yuri ao lembrar que fechar negócio numa feira internacional nem sempre é uma coisa simples.
Para Yuri Balazani, as cooperativas que não firmaram contratos de venda fizeram importantes contatos com gente de todo o mundo, o que deve render bons negócios ao longo do ano.
De acordo com o analista, o Brasil passou credibilidade com os produtos que foram apresentados ao mercado internacional.
- A gente atribui isso a qualidade dos produtos trazidos e por toda estrutura que montamos aqui, que dá uma segurança para o comprador, que vê que é uma coisa séria – observa Yuri Balzani.
Expositores
Carlos Alves representou a Cooperativa Agroindustrial de Produtores de Corumbataí do Sul e Região (Coaprocor). A cooperativa foi uma das que fecharam negócios com outros países. No estande do MDA, eles expuseram polpas congeladas e produtos feitos das quatro principais frutas que produzem: abacaxi, maracujá, manga e acerola. Mas, segundo ele, foi a frutinha vermelha que roubou a cena.
- A reação foi interessante, a acerola é um produto muito procurado na Europa – conta o agricultor familiar ao falar que o produto é muito usado na Europa para o enriquecimento de sucos, bem como na indústria farmacêutica e cosmética – que buscam na acerola o poder antioxidante da vitamina C.
Essa é a segunda vez que a Coaprocor participa da feira. Para Carlos Alves, o sucesso no evento se deve ao apoio oferecido pelo MDA.
- A feira nos colocou de cara com o mundo, uma coisa que não seria possível se não fosse o trabalho do ministério como um todo – diz ele ao comentar que neste ano o estande brasileiro favoreceu ainda mais a exposição dos produtos.
Para o ano que vem a cooperativa já planeja ampliar a oferta de produtos orgânicos no evento.
Outro produto que fez sucesso foi a Castanha do Brasil, a nossa Castanha do Pará. O produto foi levado à feira pela Cooperativa Central de Comercialização Extrativista do Acre (Cooperacre). A representante da cooperativa, Melisse Santos, comemora os bons contatos feitos.
-Só do Japão foram cinco pessoas interessadas – revela a agricultora familiar ao falar que o sabor da castanha conquistou o paladar japonês.
Também teve moda
A Associação de Desenvolvimento Sustentável e Solidário da Região Sisaleira (Apaeb), levou para a Biofach artesanato e bolsas feitas de sisal por agricultores familiares do nordeste baiano. Segundo o represente da associação, Iran Oliveira, os produtos da fibra de sisal despertaram muito interesse de quem passou pela Biofach.
- Como tem muitos alimentos, o povo vê que tem algo diferente e vem logo olhar – comemora Iran.
De acordo com ele, se depender dos contatos feitos, em breve as bolsas brasileiras estarão fazendo sucesso entre as europeias.
- Os clientes têm pedido muito por outras opções de bolsas, além das que a gente tem aqui. Opções inclusive mais baratas e também mais sofisticadas, conta. Foi muito interessante os contatos que fizemos e a gente espera que dê negócio – conclui, ao falar que em breve as bolsas deverão ser exportadas para Inglaterra e Alemanha.
Fonte: Portal do Ministério do Desenvolvimento Agrário