Por: Tânia Moreira – Economista do Departamento Téc. e Econômico | FAEP
A balança comercial do Paraná encerrou o primeiro mês do ano com saldo positivo de US$ 133,89 milhões. Este valor foi maior que o déficit comercial de US$ 152,1 milhões obtido em janeiro de 2015. Apesar da queda do valor exportado em janeiro de 2016, comparativamente a janeiro de 2015, o saldo comercial encerrou positivo, registrando-se forte contração do valor importado (-30,16%), sob o efeito da desvalorização do real.
O agronegócio respondeu por 81% das exportações do Estado, aumentando sua participação em relação a janeiro de 2015. O valor exportado pelo agronegócio manteve-se praticamente estável em relação a janeiro de 2015, em US$ 703,63 milhões, e as importações registraram redução de 23,5%. Com isso a balança comercial do agronegócio paranaense encerrou o mês com saldo positivo de US$ 606,454 milhões, contribuindo expressivamente para o saldo positivo da balança comercial do Estado.
Em volume, as exportações paranaenses do agronegócio cresceram 31%, totalizando a quantidade recorde de 1,62 milhões de toneladas para um mês de janeiro, contanto com uma série histórica desde 2000. Contudo o preço médio de exportação recuou em torno de 23%, e por isso o valor exportado em dólares não acompanhou a alta do volume exportado.
Preços menores de exportação em dólares são reflexos dos menores preços globais das commodities e o do cenário macroeconômico mundial de retomada do crescimento nas economias desenvolvidas, que tem se revelado lento, e desaceleração das economias emergentes, que tem motivado a aversão ao risco nos mercados financeiros.
Segundo o Índice de Preço de Alimentos da FAO, que mede os preços médios globais de um grupo de commodities agrícolas, o recuo do preço em janeiro, em relação ao mesmo período do ano passado, foi de 16%. Para cereais, especificamente, o recuo também foi de 16% refletindo amplos suprimentos globais e o dólar forte pesando sobre os preços do trigo e do milho.
Como maiores parceiros comerciais do Paraná em janeiro detiveram participação de 53% no valor exportado: União Europeia, China, Japão, Arábia Saudita, Índia e Estados Unidos.
O grupo carnes registrou a maior participação no valor exportado pelo Estado, com destaque para carne de frango que registrou volume recorde exportado para o mês de janeiro. Em valor, a carne de frango recuou 6% em relação a janeiro de 2015, devido a preços médios de exportação em dólares 17% inferiores ao ano passado. Os principais parceiros comerciais do grupo carnes foram: Arábia Saudita, União Europeia e China.
O complexo soja foi o segundo grupo de maior valor exportado, com destaque para soja em grãos com volume embarcado que cresceu cinco vezes em relação ao volume de janeiro de 2015. Foram embarcadas 236,2 mil toneladas, com valor de US$ 88,6 milhões. A queda dos preços médios de exportação, -6,3% em relação a janeiro do ano anterior, foi compensada pelo aumento da quantidade embarcada. A China foi nosso principal parceiro comercial nas exportações de soja em grão.
O grupo de produtos florestais obteve o terceiro maior valor exportado, com queda de 6,4% em relação ao ano passado e aumento de 17% no volume embarcado. Dentro deste grupo, o destaque foi a madeira com valor exportado de US$ 62,9 milhões. Os destinos para este grupo exportador foram diversificados, sendo os principais mercados os Estados Unidos, Argentina e China.
As exportações de milho foram outro destaque no mês de janeiro sendo recorde na quantidade e volume embarcado, embora o preço médio de exportação em dólar tenha recuado 12% em relação a janeiro do ano anterior. A quantidade embarcada foi de 603,79 milhões de toneladas, com crescimento de 61%, o valor exportado cresceu 43,1% totalizando US$ 96,6 milhões. Os embarques expressivos do milho são explicados pela competividade no mercado internacional, com a moeda brasileira desvalorizada em relação ao dólar. Isto diminui a disponibilidade do produto no mercado interno, o que pode pressionar os custos na cadeia de carnes.
O cenário para exportações para os próximos meses permanece submetido ao quadro econômico mundial, com tendência de preços pressionados das commodities. A recuperação da economia americana, da economia europeia determinarão os movimentos do dólar. Além disso, as queda expressiva no preço do petróleo também tem marcado influência nos mercados globais de commodities.
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Fonte: Sistema FAEP