Em uma semana curta, por conta do feriado de Tiradentes, as atenções do mercado de frango estiveram voltadas mais ao mercado externo do que interno. De acordo com o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Iglesias, o agravamento dos casos de influenza aviária nos Estados Unidos tem provocado reações de cautela entre os principais clientes do país. Esse é o caso do México, que proibiu as importações de aves vivas e ovos.
- Essa condição pode abrir um espaço para a exportação brasileira no mercado internacional, embora apenas no médio prazo – comenta.
Internamente, os negócios foram novamente impactados pelo quadro de elevada oferta, fator que impossibilitou uma recuperação dos preços do frango vivo e que contribuiu para a queda das cotações em São Paulo. Para o curto prazo, Iglesias não acredita em grandes mudanças neste quadro.
- Há muitas integradoras do sul do Brasil disponibilizando excedentes nos demais mercado regionais, o que dificulta uma retomada dos preços do frango, ainda que os preços da carne bovina estejam em um patamar elevado – comenta.
Nesta semana, os preços do frango congelado tiveram estabilidade em São Paulo, tanto no atacado quanto na distribuição. Nesta quinta-feira (23), para os produtos congelados, o quilo do peito na distribuição foi cotado a R$ 3,95, o valor da coxa ficou em R$ 3,30 e o da asa seguiu em R$ 5,40. No atacado, o quilo do peito permaneceu em R$ 3,83, o da coxa em R$ 3,18 e o da asa em R$ 5,20.
Nos cortes resfriados, também não houve mudanças frente à última semana. O preço do peito na distribuição seguiu em R$ 4,10 o quilo, o da coxa a R$ 3,50 e o da asa a R$ 5,65. No atacado, o preço do quilo do peito foi mantido em R$ 4,00, o quilo da coxa em R$ 3,30 e da asa em R$ 5,45.
Nas exportações, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior, os embarques de carne de frango “in natura” do Brasil renderam US$ 270 milhões em abril (12 dias úteis), com média diária de US$ 22,5 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 168,9 mil toneladas, com média diária de 14,1 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 1.598,8.
Entre março e abril, houve baixa de 1,7% no valor médio exportado, um recuo de 2,3% na quantidade e uma valorização de 0,6% no preço médio. Na relação entre abril de 2015 e o mesmo mês de 2014, houve baixa de 23,8% no valor total exportado, perdas de 11,5% na quantidade total e desvalorização de 13,9% no preço médio.
- O desempenho das exportações segue abaixo do esperado – revela Iglesias.
O levantamento realizado por SAFRAS & Mercado nas principais praças de comercialização do Brasil indicou que o preço do frango vivo em Minas Gerais seguiu em R$ 2,25. Em São Paulo o quilo vivo recuou dez centavos e foi cotado a R$ 2,20.
Na integração catarinense a cotação do frango vivo seguiu em R$ 2,30. No Paraná, o quilo vivo teve estabilidade, cotado a na integração (oeste do Estado). Na integração do Rio Grande do Sul o quilo vivo continuou em R$ 2,30.
No Mato Grosso do Sul o preço do quilo vivo do frango seguiu em R$ 2,20. No Distrito Federal o quilo vivo continuou em R$ 2,25. Em Goiás o quilo vivo foi cotado a R$ 2,20, mesmo valor da semana anterior.
Em Pernambuco, por outro lado, o quilo vivo seguiu em R$ 3,60. No Ceará a cotação do quilo vivo se manteve em R$ 3,60, enquanto no Pará o quilo vivo continuou em R$ 3,70.
Fonte: Safras & Mercado