A série de anos de calor extremo com quebra de recordes a partir de 2000 quase certamente é sinal de um aquecimento causado pelo ser humano, e diminuem as chances de que tenha sido resultante de mudanças aleatórias e naturais, revelou um estudo nesta segunda-feira.
O ano passado foi o mais quente desde que os registros começaram a ser feitos, no século 19, e mostra uma tendência que quase todos os cientistas atribuem aos gases de efeito estufa oriundos da queima de combustíveis fósseis, provocando ondas de calor, secas, chuvas intensas e aumento do nível dos mares.
- É extremamente improvável que a sequência de temperaturas recordes observadas recentemente tenha ocorrido na ausência do aquecimento global causado pelo homem – escreveu uma equipe de especialistas liderada pelos Estados Unidos no periódico Scientific Reports.
Elaborado antes de os dados sobre as temperaturas de 2015 serem divulgados, o documento estimou que a probabilidade de ocorrência da sequência recorde –que teve até 13 dos 15 anos mais quentes entre 2000 e 2014– seria de entre uma em 770 e uma em 10 mil se a série fosse aleatória e sem influência humana.
Seu principal autor, Michael Mann, professor de meteorologia da Universidade Estadual da Pensilvânia, disse à Reuters que as simulações de computador do grupo indicaram que esta possibilidade, incluindo 2015, cresceu para uma em 1.250 e uma em 13 mil.
- A mudança climática é real, é causada pelo homem e não é mais sutil – estamos vendo-a se desenrolar diante de nossos olhos – escreveu ele em um e-mail.
As variações naturais incluem mudanças na oscilação do sol ou erupções vulcânicas, que atenuam a luz solar.
- As variações climáticas naturais simplesmente não explicam os recordes globais de calor observados recentemente, mas o aquecimento global causado pelo homem sim – afirmou Stefan Rahmstorf, co-autor do Instituto Potsdam de Impacto Climático, em um comunicado.
No mês passado, quase 190 nações assinaram em Paris o acordo mais robusto já formulado para trocar os combustíveis fósseis por energias mais limpas, como a eólica e a solar, para deter o aquecimento global.
Fonte: Reuters